quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Interrupção Voluntária da Estupidez

Pára tudo.

Celebra-se hoje o 20º post d’ O Filósofo Priapista. Este facto, aliado ao de caminharmos a passos largos para a visita número 2000 ao blog, pareceu-me fazer deste um momento de singular solenidade, propício à reflexão, pelo que hoje o assunto que aqui me traz não é estritamente filosófico como de costume. Hoje o assunto são vocês.

Desde que arranquei com isto que tenho recebido críticas mistas e, na generalidade dos casos, extremas, para o melhor ou o pior. Há gente que gosta, é um facto - o que não é de espantar quando consideramos que até há quem goste de levar na bilha -, mas a grande maioria dos livre-pensadores que me escreveram até agora fizeram-no com o objectivo de me darem a conhecer o facto de que sou, ao contrário do que se possa pensar, um desgraçado. Alguns puritanos ficaram mesmo de tal modo enfurecidos com o que leram aqui que perderam as estribeiras e quase desceram ao meu nível, acusando-me de ser um autêntico sacripanta que precisava era de lavar com sabão os dedos que uso para escrever estas barbaridades pretensamente filosóficas, como sempre faço depois de enfiá-los na ratola grisalha das suas mãezinhas, dando assim a conhecer às simpáticas senhoras o que é que Platão queria dizer exactamente quando falava na Alegria da Caverna. Seja como for desconfio que tanto no primeiro caso como no segundo, seria preciso muito mais do que sabão para me fazer sair o mau gosto das mãos.

O post anterior a este, por exemplo, tornou-me alvo de furiosas críticas por parte de vários seguidores fervorosos da saga Crepúsculo. Em abono da verdade, diga-se que isso só aconteceu porque me pus a expor doutrina directamente no maior site de fãs desta série em Portugal, mas isso é irrelevante para o caso. Como não podia deixar de ser, alguns clicaram no meu nome e foram encaminhados aqui para o blog, onde deram de caras com o post. Um jovem acusou-me de ser o indivíduo mais mal formado que alguma vez “conheceu”. Outro – um gajo que até era crítico da saga – usou-me em seu proveito, dizendo a todos no site que se achavam as suas críticas despropositadas deviam ler a minha, que descreveu como “estupidez dita por dizer”. Uma rapariga (essa deu-me pena) disse que não conseguiu acabar de ler porque começou a ficar mal-disposta. Esta sequência de comentários acabou por ser apagada do site e é bem possível que me tenham posto uma maldição em cima, pois aqueles à minha volta que mais amo têm desde esse dia sofrido horríveis perdas de colheitas no Farmville.

Pode pensar-se que não mas isto deu-me que pensar. Para já, fiquei verdadeiramente incomodado por descobrir que existem fãs masculinos do Crepúsculo. Não sabia. É tanto mais espantoso quanto os livros da saga têm a peculiar característica de serem dos poucos objectos no mundo cuja compra constitui acto mais paneleiro do que enfiá-los no cu. Quanto às críticas que me foram dirigidas, também me deram que pensar. E foi assim que ontem, após o chá das cinco com a minha tia e o leite das seis com a minha prima, cheguei a uma conclusão: têm todos razão.

Por esse motivo, existe agora uma outra paragem virtual para onde poderão ir se optarem pela via da interrupção voluntária da (minha) estupidez. Aí, se o desejarem, terão a possibilidade de expressar a vossa opinião negativa sobre as bardajices que aqui se têm escrito - e que nada indica que vão parar de ser escritas -, de modo totalmente livre, sem qualquer tipo de moderação ou censura.

Detractores, críticos, diáconos e diáconas, usem e abusem desse espaço. Foi criado só para vós. Para lá vos envio do fundo do coração.

É só clicar aqui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Vampiros vs Lobisomens: venha o caralho e escolha


Há uma questão que me inquieta desde o arranque desta interminável procissão de filmes e livros sobre a milenar divergência de opiniões entre vampiros e lobisomens que, não obstante a sua pertinência, tem sido sistematicamente descurada tanto por fãs quanto por detractores deste que será sem dúvida lembrado como um dos mais marcantes fenómenos da cultura pop do século XXI: a de qual das sanguinárias criaturas é a mais paneleira.

“E que é que essa merda interessa?”, indagará o esferográfico leitor com uma caneta Bic enfiada na peida, em busca de inspiração enquanto escreve promessas de fidelidade eterna ao namorado ucraniano recentemente deportado, esforçando-se por encontrar uma palavra que ao mesmo tempo rime com “broche” e não lhe foda a métrica toda ao verso. Até é bem perguntado, há que dizê-lo. Muitas outras questões de interesse orbitam este assunto. Por exemplo, existirá alguma razão válida para que licantropos e hematófagos não possam ser bons amigos? Ou odiar-se-ão simplesmente porque sim, que nem duas famílias vizinhas de bimbos do interior nortenho que se matam há gerações porque quem tiver aquele último nome é tudo uma cambada de filhos da puta? E em qualquer desses casos, seria possível negociar-se o armistício mediante a intervenção diplomática de um ser que, não sendo lobisomem nem vampiro, partilhasse características de ambos? Alguém como a espanhola Duquesa de Alba, a única mulher até hoje a conseguir que a minha piça se encolhesse tanto de horror que se tivesse continuado a crescer para dentro me teria desenrabado?

Sou menino para admitir que são questões dignas de ocupar o espírito filosoficamente predisposto, sim, mas ao invés destas e de outras que tais, a resposta à primeira que coloquei pode vir a revestir-se de grande utilidade prática e por isso deve ter precedência. Permitam-me uma gedankexperiment ilustrativa do motivo por que assim é. Imagine-se o leitor acabado de ser raptado por um pérfido mestre do crime que lhe diz o seguinte: “Ah, insuportável leitor, ei-lo finalmente sob o meu controlo. E, na medida em que sou malvado, colocá-lo-ei numa situação em que preferiria não estar. Preste atenção, pois irei fazer-lhe uma pergunta algo capciosa. Se responder, limitar-me-ei a enfiar-lhe um balázio no meio dos olhos. Caso se recuse a fazê-lo, serei forçado a arrancar-lhe o escroto e a usá-lo como preservativo enquanto lhe fodo o buraco da pichota, de modo a que quando me vier a minha meitadela não esguiche através do seu saco roto e me estrague o tapete de genuína pele cona de andorinha. Ora então, a pergunta é a seguinte: muito honestamente, prefere lobisomens ou vampiros?”

Para os presentes efeitos, façamos de conta que o leitor estava impossibilitado de se armar em MacGyver com a caneta Bic armazenada no cu e que não tinha hipótese de fuga. Obviamente, o seu pensamento em tal situação poderia ser apenas um: “Diabos… se ao menos tivesse pensado neste assunto atempadamente, dando-lhe a devida atenção como o Príapo me incentivou a fazer algumas linhas acima, estaria em condições de responder sem medo de escolher a criatura mais paneleira por engano. Em suma, morreria mas teria a certeza de que morreria à homem. Agora, para não correr riscos, terei de ser fodido na picha com a pele dos meus próprios colhões. Tinhas razão, Príapo… perdoa…”. Pois é, agora já pedes desculpa não é, seu cabrão?

Bom, tendo o leitor amochado depois desta, continuemos. A questão não é tão simples como parece à partida. Ambas as criaturas dispõem de poderosos argumentos a favor da sua paneleirice. Haverá talvez um compreensível impulso no sentido de se atribuir prima facie o vibrador de ouro ao vampiro, uma vez que o lobisomem é um monstro peludo e ter pêlo no monstro é d’homem. Contudo, não nos podemos esquecer de que o lobisomem, por definição, anda sempre à canzana, e que por isso está a todo o momento sujeito a ser enrabado. Por outro lado, o vampiro é detentor de um poder de chavascal tão para lá do alcance do comum heterossexual que é questionável se seremos sequer capazes de imaginá-lo. Refiro-me, como é óbvio, ao poder de executar minetes a gajas com o período. A mesma cona pingona em que até o mais másculo devorador de picanha mal-passada se recusaria a meter a boca seria, para o guloso vampiro, mais do que algo a lamber, um petisquinho do lóbulo da orelha, merecedor no final de uma sugadela no tampão como quem tira a chicha do último pescocinho de galinha no prato. Portanto, o que lobisomem tem de monstruoso o vampiro compensa largamente em menstruoso. É coisa que não pode deixar de lhe valer alguns pontos.

Mas aí é que está, para o vampiro tanto lhe faz chupar senaita como gaita. O que interessa é que venha com sangue. Como, regra geral, quem come salsicha com ketchup não se queixa que venha também com maionese, o vampiro não será excepção e, portanto, gosta de chupá-las sim senhor, e bem gordas. E assim se foram os pontos todos do vampiro pelo cano do cu abaixo.

Agora, visto que nestas coisas de decidir quem é mais homem o tipo de pele é sempre um bom indicativo, analisemos este factor. No caso do lobisomem não há muito a dizer. Temos aqui um homem que se barbeia de fresco pela matina e à noite já está coberto por uma camada de farfalheira digna de pachacha angolana. O vampiro, esse, não só não faz a barba como nem apanhar solzinho pode senão, ui ui, o mal que aquilo lhe faz à cútis. Cá temos outra vez o vampiro a subir disparado na escala da paneleiragem.

Nota: Nas considerações cutâneas acima tecidas ignorei propositadamente todos os livros e filmes do Crepúsculo, a saga sobre vampiros e lobisomens aplaudida um pouco por todo o mundo com as mãos dentro do cu de quem dela é apreciador. Quando a história em questão envolve lobisomens depilados e vampiros que sob a luz solar ficam cobertos de purpurina em vez de morrerem, a discussão sobre quem é mais paneleiro torna-se despicienda.

Voltando ao assunto, desengane-se o leitor convencido de que o lobisomem vai neste momento com grande vantagem sobre o vampiro em termos de quem é mais macho. Não esqueçamos que o lobisomem não tem qualquer tipo de pudores em subir ao alto de um morro a meio da noite e anunciar “há cuuuuuuuuuuuuu” a quem quer que esteja naquele momento a passear pela mata. Repito, não é tão fácil como parece à partida decidir quem é mais bichona.

Muito bem, após devidamente quantificada toda a informação (pouparei ao leitor os difíceis cálculos das variáveis em questão, uma vez que exigem conhecimentos de Métodos Quantitativos ao nível do 10º ano), eis os resultados obtidos apresentados aqui em histograma. Para fins de referência, considere-se que o "0" corresponde a mim e o "100" ao leitor depois de uns shots. Verifica-se, então, que a intuição inicial afinal estava correcta. O vampiro é mesmo objectivamente das duas a criatura mais paneleira.



A margem é pequena mas não nos esqueçamos de que um só centímetro de piça dentro do cu é suficiente para condenar o mais viril dos homens a uma vida inteira de paneleirice. Claro, o corolário deste último aforismo é que que tanto lobisomens como vampiros são de uma paneleirice atroz, e quem disser que prefere um a outro é porque gosta de chupar picolé de piça. Seja como for, se o dito vilão capturar o leitor e o forçar a escolher, é escolher logo o lobisomem, caralho.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Priaprisma Fodosófico: 1


Foda: Ciência ou Arte?

Anuncia-se hic et nunc, nesta histórica postagem, a ejaculação oficial da mui antecipada rubrica O Priaprisma Fodosófico. E como sou um gajo fodido não há aula de apresentação para ninguém, começo já a dar matéria.

Antes de começar é imperativo que se faça uma advertência: se o leitor tiver batido uma punheta nos últimos dez minutos (e uso aqui a conjunção subordinativa integrante “se” como mero artifício de retórica), solicita-se que pare de ler estas linhas e que volte cá dentro de cerca de uma hora e picos, quando o stock da colhoada tiver sido devidamente reposto, porquanto tal como um carro que anda sem óleo pifa ao fim de pouco tempo, assim também não é possível interiorizar conhecimento fodosófico sem meita a lubrificar as juntas dos neurónios.

Ora, uma vez que sem método não se vai a lado nenhum, procedamos do geral para o particular. Nessa perspectiva, a questão mais genérica a colocar é sem dúvida a de se foder constitui actividade artística ou se os seus princípios básicos são científicos. A pertinência deste ponto é facilmente compreensível. É que se for arte exige talento natural e, nesse caso, quem não o tiver, esqueça. Por outro lado, se for ciência, mesmo o mais cataléptico dos amantes poderá devir martelo pneumático através da memorização e subsequente aplicação de algumas fórmulas matemáticas elementares que adeqúem devidamente o ritmo de bombadas em Hertz à pujança das pichotadas em Joules de tal modo que, tão certo como 2+2=4, a gaja acabará cada sessão de espeta-nabo aos urros de alegria abafados com as trombas enfiadas na almofada. Não poderia, pois, deixar de ser a primeira questão a ser debatida.

A melhor forma de se averiguar se a foda pertence ao âmbito do estético por oposição ao científico parece-me ser a de verificar se partilha características com outras formas de arte conhecidas. Por exemplo, é manifesto que há semelhanças com a pintura. Quantas e quantas vezes, defronte das telas virgens de faces, mamas e nádegas dispostas diante do meu pincel, não me pus a pintar coisas lindas até se me acabar o guache? E não me refiro a merdas à Pollock que isso qualquer puto de liceu deixa nas cuecas todos os dias depois de cada pívea. Falo de verdadeiro impressionismo à Monet. Por exemplo, certa vez, após vazar a bisnaga nas fuças de uma gaja manobrando a piça para cá e para lá de um modo que nunca antes tinha ela visto, perguntou-me a cadela: “Príapo, que diabo foi isso?” Ao que respondi: “Xiu, caralho. Vai mas é ver-te ao espelho. E não limpes a ranhoca das trombas que se aí a pus por algum motivo foi”. Puta obediente que era, assim fez. Diante da sua imagem reflectida, assegurou-me de que nada via de especial. Apenas a cara cheia de sumo de tomate, como sempre. Disse-lhe que se afastasse uns metros do espelho e que voltasse a olhar. Qual não foi então o seu espanto ao constatar, à distância, que o esmegma cuidadosamente espalhado pelas suas bochechas formava na perfeição a imagem da fachada da Sé de Braga em perspectiva cavaleira?

Porém, e por muito que me custe admiti-lo, tal não é suficiente para que se eleve a foda ao estatuto de arte. Isto porque a pintura só vem no fim da foda e muito do que nela há de maior interesse vem antes. Claramente, é preciso mais.

Talvez a escultura seja comparativo mais frutuoso. Durante o bombanço é possível pôr a gaja em posições tão estrambólicas que são sem dúvida candidatas a serem consideradas artísticas. Importando novamente um exemplo da experiência pessoal, recordo uma ocasião em que engatei uma contorcionista no funeral de uma trapezista que andei a foder durante uns tempos. Boa moça, a defunta. Mamas razoáveis, cu de sonho. Morreu tragicamente devido a uma tripla pirueta executada sem rede que correu mal. Era previsível, a correr riscos daqueles. No fatídico dia ligou-me do carro em vez de esperar até chegar ao circo, cheia de pressa que estava de combinar a bombada pós-laboral. Ao entrar num túnel ficou sem rede e enquanto tentava perceber se o problema era do telemóvel espetou-se de frente contra um muro. Quem assistiu diz que ainda deu três piruetas antes de afocinhar no cimento. Ao menos não sofreu, não cheguei a ter tempo de lhe dizer que nesse dia já tinha foda marcada.

Em todo o caso o fim iria inevitavelmente chegar para nós, não tínhamos uma relação muito saudável. De cada vez que me agarrava o nabo apertava-o como se fosse cair se o largasse, mais cedo ou mais tarde ia acabar por me espremer a uretra em pleno orgasmo e rebentar-me com os colhões. Mas voltemos à vaca fria (neste caso, à ex-acrobata estiraçada no caixão). Enquanto esperava pelo padre na capela, fingindo carpir amargamente, vi uma gaja sem mamas e em geral enxuta de carnes que me chamou a atenção pelo modo como espetou a peidola ao baixar-se para dar um beijinho à falecida, sem dobrar as pernas. Intrigado, perguntei à mulher barbada ao meu lado quem era aquela formidável criatura. Assim que me disse que era contorcionista fiquei de rosto mais branco que a morta - o sangue foi chamado a serviço noutras paragens. Mais tarde, por sua vez, a contorcionista disse-me que a mulher barbada afinal era a mãe da trapezista, e que de facto trabalhava no circo mas apenas na parte da contabilidade. Enfim…

É certo que o enquadramento fúnebre não se dá muito ao romance mas gajo que perde a oportunidade de foder uma trapezista e uma contorcionista na mesma semana é porque é palhaço. Sem pudores, aproximei-me do caixão e meti dois dedos de conversa com a chorosa rapariga. Antes do enterro já estava no carro a meter-lhe dois dedos na pachacha. Fomos para casa dela nesse mesmo dia e foi aí que me senti um verdadeiro escultor. Dei-lhe voltas no fodilhanço que mais davam a impressão que estava a embrulhar a piça para oferecer a alguém no Natal. Até a moral dela se contorcia, visto que era casada. E tinha um sentido de humor curioso, a puta. A dada altura pregou-me um cagaço monumental. Estava eu descansadinho da vida a aviá-la à canzana quando de repente senti um toque no ombro. Estava alguém atrás de mim a chamar-me. Quase em vias de me borrar todo com o susto olhei para trás à espera de ver o marido furioso. Quem mais poderia ser, certo? Pois é, afinal era ela. Virei-me para a frente outra vez e verifiquei que o cu dela continuava lá. “Foda-se, mas que merda é esta?”, cogitei. Cedo desisti de tentar perceber. Estava claro que a puta me estava a desafiar. "Ah, filha de um cão bexigoso", pensei para comigo, "anda cá que já te conto". Estalei os dedos, dobrei o pescoço para um lado e para o outro e deitei mãos à obra. Deixei-me de neoclassicismos e passei à escultura abstracta, sem nunca parar de lhe escachar a pôncia. Cheguei a criar algumas coisas inspiradas, modéstia aparte. Em todo o caso, não consegui infligir-lhe mais do que uma ligeira luxação. O desengonço permanente revelou-se impossível, não obstante os meus melhores esforços.

Agora, chegará isto para considerar a foda uma arte? Julgo que não. Para já porque nem toda a gente tem a sorte de andar a foder cona do Chapitô. E depois porque uma escultura é um objecto respeitável, intemporal, venerando. Dificilmente poderemos atribuir semelhantes adjectivos a toda a puta que ande para aí a foder que nem uma loba só porque aprendeu a fazer a ponte em Educação Física.

Será então a foda como a música? É um facto que há musicalidade no rimombar dos tomates em harmonia com o do tetalhal. Quiçá como o teatro? Não raras vezes me vi forçado a recorrer a técnicas avançadas de representação para convencer a gaja de que só doía a entrar. Ou será análoga aos matraquilhos? Há sem dúvida por aí muita gaja capaz de bater píveas alternadamente a vários barrotes perfilados diante de si com a mesma perícia com que um artista dos matrecos passa do guarda-redes e defesas para o meio campo e avançados. Em que ficamos, afinal?

Considerados todos os factores, verifica-se que fica sempre algo por dizer se buscarmos uma definição artística para a queca. Foder não pode ser de modo algum arte em sentido estrito, ainda que possua inegáveis elementos estéticos.

Nesse caso, será ciência? Também não. Se o fosse, os grandes génios das várias disciplinas científicas ao longo da História teriam de igual modo sido génios da foda, e verifica-se que o oposto é que é verdade. A teoria da relatividade, por exemplo, não obstante ser sem dúvida uma das grandes conquistas do intelecto humano, só tem aplicação à foda se considerarmos que a cona era coisa relativa à qual a gaita do Einstein pouco ou nada tinha a ver. Não há nenhum E=mc2 da berlaitada, cada cona é um caso e não há lei universal que se aplique a todas. No entanto, também não é coisa que seja completamente distinta da ciência. Não esqueçamos que o progresso fodangal, assim como o científico, tem na sua base o mesmo método: o da experimentação empírica. Não é possível fazer a dedução transcendental das categorias a priori da foda a partir da punheta pura. Há que foder, mesmo.

Então, em que ficamos? Como tudo o que na vida interessa, a meio. A foda é ciência na teoria e arte na prática, não apenas uma ou outra. Eis então, em poucas palavras, o primeiro fio de luz que brotou do Priaprisma: o sábio fodosófico tem um olho clínico e outro de esteta; estuda e observa enquanto penetra. Daí a designação atribuída ao sábio que adquiriu a perfeita omnisciência do pito aberto: obstetra.

Doravante será este o nosso fio condutor. O Priaprisma veiculará a sabedoria fodosófica teórica. A prática, essa, artística e experimental, caberá ao leitor desenvolver. Dito isto, está agora em condições de passar à fase seguinte na via da verdadeira obstetrícia. Assim será, na próxima edição d' O Priaprisma Fodosófico.

Fim da lição. Hora do recreio.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sabedoria Fondangal para o Carnaval


É verdade, tinha uma coisa para deixar aqui ao leitor antes do Carnaval. Se não me tivesse lembrado também ninguém me dizia nada, caralho.

Pois bem, como a própria etimologia do termo indica, vamos entrar em época de chavascal de carne. Uma vez que não tenho a mínima intenção de permanecer em Lisboa rodeado de betinhas perfeitamente convencidas de que o pito que Deus lhes deu é uma espécie de penedo fendido sagrado numa versão invertida da lenda arturiana, e que somente o rapaz virgem de coração puro poderá um dia lá espetar Excaralhibur, agarrarei amanhã de manhã na trouxa de pele e partirei para terras do Além-Tejo, onde habita boa puta agrícola que bem saber quão difícil é prever tempo de seca e que por isso nunca diz que não a uma boa rega de leitaça por aspersão, tão necessária à medragem dos seus frondosos pintelhais. Ainda mais em época carnavalesca. Olha quem.

O urbano leitor, por outro lado, poderá não ter a mesma sorte, ficando como sempre agarrado ao nabo na sala a bater sarapitolas enquanto escrutina cus a abanar no Rio de Janeiro pela televisão. Mas nunca se sabe, nesta altura o metabolismo de tudo quanto é puta anda acelerado e transforma vodka-laranja em orvalho de pipi em menos tempo do que leva a dizer "escancara-me já essa merda toda". Além disso anda tudo mascarado. Esta é a época do ano em que até as velhas perdem a vergonha e abrem o leilão ao licitador forreta interessado em rata de colecção. Não é infâmia nenhuma foder pachacha desta craveira se a máscara ocultar o rosto do bicho, note-se. O que importa é não olhar para baixo pois acontece por vezes a genitália idosa e/ou com pouca habituação à pichotada engelhar e ficar com um tão pútrido aspecto que o fodilhão incauto que o faça, horrorizado pela súbita visão da sua vergasta entalada num pedaço de carne esbodegado, pode ter ganas de arrancar a caraça à putéfia para lhe tapar as peles da vulva e ver-se assim inadvertidamente confrontado com a realidade de que estivera aquele tempo todo a foder o Nosferatu. A partir daí, o mais certo é ir parar à cadeia por esgatanhar as trombas todas à octogenária na vã esperança de que fosse apenas uma gaja assim-assim que por brincadeira parva tivesse posto mais uma máscara por baixo da que saiu.

Dizia eu, seria indesculpável falta de priapismo da minha parte ir-me embora assim sem mais nem quê deixando o amanteigado leitor sem ideias para o fim-de-semana. Sim, porque isto não é só arranjar pito, baixar a cueca, sacar do marro e arrebanha que é carneiro. Imaginemos que por algum milagre dos deuses do vinho barato o leitor arranjava gaja disposta a arreganhar a tranca para uma boa foda de Carnaval. Já estou a ver o que aconteceria. Borrado de medo ante a perspectiva da gaja mudar de ideias, assim que a oportunidade surgisse era baixar logo as calças até aos joelhos e toca a aviar berlaitada na beldroega à camionista, esporrando-se todo antes ainda dos colhões lhe terem ricocheteado das nalgas pela primeira vez. Ora, isso é que não pode ser.

Deixo-vos aqui, então, 30 ideias (designação e método) que poderão experimentar se vos cair ao colo semelhante puta. É garantido que a aplicação de qualquer delas será um sucesso. Já experimentei todas, sei:

1. O Nazi: Ejecte uma esporradela entre o lábio superior e o nariz da gaja e cole lá uns pintelhos para fazer um bigodinho à Hitler.

2. O Dom Duarte Pio: O mesmo que a anterior, com mais alguns pintelhos.

3. A Manuela Ferreira Leite: Foda uma gaja chamada Manuela Ferreira.

4. O Homem-Aranha: No momento final do broche, envie a langonha para o pulso em vez do interior da boca escancarada da gaja. Depois, afaste-se cerca de 5 metros e, esticando o braço repentinamente com os dois dedinhos do meio na palma da mão, projecte a leitaça pelos ares procurando acertar no cabelo da puta, qual teia do Homem-Aranha.

5. O Don Vito Colheone: Quando tiver já a glande bem entalada entre as amígdalas da puta, enfie os dois colhões nas bochechas dela. Verá que a semelhança com o Padrinho será realmente uma coisa que enfim.

6. O Cachorro Quente Especial: Cague no meio das tetas da gaja. Subsequentemente, bata uma punheta de mamas.

7. O Telemarketing: Foda a cona a gosto. Perto do orgasmo, ligue para o telemóvel da puta. Quando ela atender, pergunte se ela já ouviu falar das novas promoções de esporra e ofereça-lhe uma amostra grátis.

8. O Bloguista: Poste o caralho na cona e no fim, comente.

9. O Alentejano: Vista uma samarra e dê-lhe com a linda rama.

10. A Catapulta: Deite a gaja de costas e dobre-a de modo a que ela fique com os joelhos ao lado das orelhas. Depois, sente-se nas pernas dela, mostrando-lhe o cu, e dê-lhe uma foda invertida. Empurre a gaita para baixo com a mão se necessário. Após esporrar dentro da cona, anuncie que é seropositivo. Ela esticará as pernas de imediato, o que causará que o fodilhão seja catapultado porta fora sem precisar de perder tempo com os incómodos beijinhos pós-coitais (importante: deixar sempre a porta aberta antes de executar, e nunca fazê-lo virado para a janela).

11. O Falso Profeta: Aplicar quando a mulher se recusa a levar no cu. Cague para dentro de um preservativo e molde-o em forma de picha, sem atar o buraco. Depois, enfie-o na cona da puta, tomando atenção para deixar a ponta do preservativo do lado de fora. Depois, puxe a ponta do preservativo com força. Se ela não tiver a cona lassa, o preservativo sairá e o cagalhão ficará lá dentro. Proceda então a foder a cona cheia de merda, como se de cu se tratasse.

12. O Católico: Broche de uma católica.

13. O Ateu: Broche de uma católica.

14. A Hóstia: No momento do orgasmo após execução de 12. ou 13., diga “o corpo de Cristo”.

15. O Luís de Matos: Quando estiver perto de se vir enquanto escacha uma gaja à canzana, retire-lhe o vergalho do bordalo e cuspa nas costas dela um bom decilitro de saliva cuidadosamente acumulado na boca no decurso da foda, simulando o orgasmo. Quando ela se virar, esporre-lhe na cara, não revelando o truque.

16. O Dragão Enraivecido: Durante o broche, quando se estiver quase a vir, puxe a cabeça da gaja pelos cabelos com força em direcção aos colhões. Ela vai engasgar-se e a esporra sair-lhe-á em jacto pelo nariz, como fogo das narinas de um dragão enraivecido.

17. O Estigma: Depois de deixar a gaja inconsciente com umas pancadas violentas na cabeça, fure-lhe a palma da mão com um picador e foda o buraco.

18. O Crocodilo: Durante a foda, agarre os braços da gaja à bruta e morda-lhe o pescoço com força, rebolando violentamente como um crocodilo com a sua presa.

19. Objectivo Lua: Só funciona após cerca de 16 horas de foda ininterrupta. Quando o caralhão ficar em chaga de tanto se esfregar em rata assada, coloque quadradinhos de papel higiénico nas zonas feridas. O barrote ficará então igual ao famoso foguetão do Tin-Tin no livro “Objectivo Lua”. Proceda a pôr a puta na posição do Milu e avie bomboca até cheirar a alho.

20. O Chouriço de Sangue: Bom broche depois de foda com o período.

21. Pezinho de Cuentrada: Enfie um pé no cu da gaja. A vantagem desta técnica é que não requer motivo.

22. A Cuna: Com a gaja de pé e de costas, arrepanhe-lhe a pele da cona em direcção ao umbigo. Isto fará com que a pele do seu cu se estique, dando-lhe a forma da cona, tornando-se então uma cuna. Esfodangue a eito sem medo ou confusão.

23. O Telhado de Vidro: Antes da foda, esconda uma superfície de vidro transparente quadrangular (tamanho A4 chega bem) debaixo da almofada. Perto do fim, deitado de costas, peça à gaja que vá lá abaixo bater uma punhetinha de cortesia para que termine vindo-se nas ventas dela. Depois do esguicho, esborrache-lhe as trombas com o pedaço de vidro usando uma mão enquanto a outra tira uma fotografia com o telemóvel. Constatará que as feições distorcidas da fêmea apanhada de surpresa com pequenos ribeiros de meita nas bochechas darão um efeito sublime. Por último, envie a imagem por MMS à mãe dela para que veja a bela merda de filha que criou.

24. A Encruzilhada: Cague no pito da gaja, mije-lhe no cu e depois foda-a às escuras. Verá que o seu Zé Caralho desejaria ter um GPS.

25. A Mal-Comportada: Foda a gaja por trás puxando-lhe as orelhas.

26. A Picha-Tripla: Com a puta de gatas, sente-se debaixo da cabeça dela na perpendicular com o seu corpo. Depois enfie-lhe um dedo da mão direita no cu e outro na cona, e um dedo da mão esquerda em cada narina, enquanto ela lhe saca um broche.

27. Bokia: Se a gaja estiver ausente, ligue-lhe e bata uma enquanto ela chupa o telemóvel.

28. O Insatisfeito: Foda a gaja à canzana enquanto assiste a pornografia online com o computador portátil em cima das costas dela.

29. O Leite Ucal: Depois de se vir no cu dela, enfie uma palhinha lá dentro e assopre.

30. O Sogro: Ligue para o pai da gaja. Quando ele atender, ponha o telemóvel em alta-voz e enfie-o na cona dela. Depois, enquanto lhe fode o cu à filha, explique em detalhe exactamente o que se está a passar (em voz suficientemente alta para que o cota ouça). Desfrute da vibração interior causada pelos gritos paternais de fúria e desapontamento.

Que a sabedoria vos seja útil, meus caros. Até para a semana.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Importante Anúncio


Hoje enquanto cagava tive uma experiência mística. De nalguedo acoplado à goela da sanita na pose do culturista que exibe o peitoral, murmurando promessas vãs ao Altíssimo entrecortadas por “ais que se me rebenta a ilharga”, conjurei a melhor diplomacia de diafragma que me era autorizada pelos limites do aneurisma na tentativa de persuadir a sair o pusilânime cagalhão que ora ameaçava o mergulho, pondo de fora a cabeçorra e espreitando desconfiado para a piscina de lágrimas, sangue e mijo logo abaixo, ora arrepiava caminho, temeroso, nadando em contra-corrente de regresso à companhia da família no quentinho da tripa, sem dúvida por resultar de um almoço de salmão na grelha. Foi já após ter logrado disparar o torpedo de esterco – o que fiz apenas a poder do fluxo ejector produzido na antecâmara do recto por um peido que em decibéis encontraria par apenas no estouro de um petardo num poço de elevador –, que ouvi então, para lá do zumbido nos ouvidos e da desafinada orquestra de alarmes de carro na rua, o doce murmúrio das musas da foda a incumbir-me uma missão. “Príapo”, disseram-me as pequenas entidades em tom fanhoso, adejando em redor da minha glande de mamas descobertas e nariz tapado, semelhantes a traças boazonas circundando um holofote de 500W, “transmitirás ao teu leitor a imortal sabedoria fodosófica que hás granjeado”.

Ainda tentei aproximar a mão devagarinho para não assustá-las mas desapareceram antes que pudesse sequer começar a punheta. Percorri a brumosa atmosfera com o olhar para confirmar. Não havia sinal delas. Apenas armários, um espelho, alguns frascos, uma sanita e, a boiar lá dentro, o que aparentava ser um rebite de porta-aviões. Ao contrário deste último no seu trajecto descendente pelo vale da louça, as musas haviam desaparecido sem deixar rasto.

Intrigado, gastei um rolo e meio de papel a limpar o unto da bilha, juntei tudo em espiral à volta da poia, tirei uma fotografia com o telemóvel para a colecção e saí da casa-de-banho sem puxar o autoclismo, não só porque aquilo era escultura para valer dinheiro mas também porque depois da experiência que acabara de viver não queria correr o risco de ofender as Tágides endereçando-lhes tão ímpia encomenda. “Terei alucinado?”, pensei. Teria eu sido vítima de intoxicação alimentar pós-digestiva? Ou teria realmente recebido a auspiciosa visita das miríficas criaturas, detentoras das maiores mamas mais pequenas que já vi? Despedi-me da minha avó e saí do lar, imerso em elucubrações metafísicas e mitológicas ao longo de todo o caminho de regresso a casa.

Ao cabo de longos minutos de séria excogitação enquanto esgarçava a maçaroca a ver A Lista de Schindler (por algum motivo filmes sobre o Holocausto dão-me tesão, provavelmente por ter sido uma altura em que muita gente se fodeu), convenci-me da legitimidade da visão que tive. Em primeiro lugar porque a ter sido produto de fabulação alucinogénica, o meu subconsciente não me teria feito a desfeita de suspendê-la sem que antes tivesse explodido com uma musa ou duas pelo menos, vindo-me nas suas coninhas de periquito. E em segundo, porque se a cada episódio de WC em que cagasse rico em consistência e odor fosse visitado por criaturas mágicas do reino da fantasia já teria uma colecção de doutoramentos honoris causa em Mitologia Clássica e o meu próprio programa religioso extorque-velhas na rádio Miramar. Que ninguém duvide, portanto, do meu estatuto de ditoso entre o comprovadamente existente mundo das fábulas.

Não ousando eu falhar na missão divina que me cumpre doravante desempenhar, anuncio ao leitor sem mais delongas a criação de uma nova rubrica n’O Filósofo Priapista, que designarei de Priaprisma Fodosófico. Atenção: não confundir com os prismas apanascados de que se fala em Óptica e cristalogia, que refractem a luz, decompondo-a nas bonitas cores que formam arco-íris. O Priaprisma funciona exactamente ao contrário, como se quer perante tal mariquice arromba-nalgas. Como o aspirador leitor saberá melhor do que eu, o elenco de cores do arco-íris que entra no Priaprisma pela direita na imagem acima é a mesma trupe que compõe a bandeira do orgulho gay. Por esse motivo, o calícromo jacto de luz simbolizará aqui a incipiente sabedoria da foda (se tal se lhe puder chamar) amealhada a custo na vida parca de experiência do desditoso leitor.

Não há que preocupar nem ter vergonha por tão deprimente ignorância da sua parte na filosofia das ars amandi, acalme-se quem estiver desse lado. Lá porque a sua aprendizagem dos mistérios da foda heterossexual terminou com o último episódio do Era Uma Vez a Vida não quer dizer que esteja por isso impreparado para o nível de licenciatura em que agora ingressa. Não obstante, tenho a avisar que a matéria a leccionar será inteiramente nova. Assim, como eu dizia, a paneleirice do leitor entrará como um amaricado arco-íris no Priaprisma Fodosófico e sairá do outro lado sob a forma de um jacto de luz unificado, branco, puro e viril, qual impetuosa meitadela nos óculos de uma colegial borbulhosa. Verificará o leitor que a cada pérola de sabedoria fodosófica por si angariada corresponderá um passo em frente na via que conduz à omnisciência da essência do amor. Porque na linguagem do amor, a foder é que a gente se entende.

O primeiro número desta rubrica sairá em breve. Até lá, boas punhetas. Cuidadinho é com a tendinite que isso depois é um problema.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Avatar subliminar: por dentro da cona azul


Após uma ausência de cerca de três semaninhas, inteiramente justificada por motivos que saem por completo do âmbito daquelas coisas com as quais o abocanhante leitor tem alguma coisa ver, eis-me regressado à escrita priapista, para inveja da maralha masculina mediana, humedecimento pitalhal da mulherada avulsa e confusão inextricável da paneleirada com tesão no cu que não consegue decidir se quer que eu a foda ou se preferirá imaginar-se na minha pele, fazer inversão de marcha à piça e enrabar-se a si próprio. No que respeita à última hipótese não só não me oponho como recomendo. Um paneleiro de cama com uma hérnia no galho e o hemorroidal todo de fora é uma preocupação a menos que tenho no metro em hora de ponta, quando rodeado de centenas de potenciais amantes de cu peludo com precisão cirúrgica no acto de acertar no castanho do passageiro desprevenido, dotados que estão de piça com sensor busca-cocó e sempre a postos para aviar uma injecção de supositório anónima de tal modo profissional que um gajo só se dá conta de que foi encavado quando sente o suspeito corrimento de leite Ucal morno a ensopar a cueca.

Quanto a serem fodidos por mim, tenho só a dizer que apesar de ser um facto que a concavidade ergonómica das minhas virilhas já acolheu mais nalgas que um penico unissexo numa creche de pobres, também é um facto que, assim como o referido penico, nunca as minhas virilhas serviram de assento a um cu com pelos. Um vasto acervo de vídeos amadores disponível na Internet para gáudio do punheteiro leitor dá testemunho indubitável desse facto, e mesmo naqueles de imagem pouco nítida da altura em que o meu telemóvel era uma merda é possível comprovar que assim é pelo som da nalga a bater, semelhante ao do ovo a ser mexido na tigela e nunca ao do tapete a ser sacudido à janela.

Portanto, dizia eu, estou de volta, de portátil firmemente ancorado ao colinho como sempre (de modo a que não seja catapultado pelo meu zé-sempre-em-pé, espatifando-me assim a máquina de fazer minetes) por duas listas telefónicas e um buda de louça da loja do Gato Preto com umas orelhas que parecem os meus colhões quando estou com febre. E como cada segundo que passo a escrever é um segundo que não passo a esfoliar o besugo diante da russa javardoska que esta semana me brinda o ambiente de trabalho com duas mamas mais falsas que a minha pena pelo Haiti – de mamilos infelizmente tapados por duas pastas (e não me refiro a pastas do Windows) –, vou já directo ao assunto que hoje me traz por cá.

Ora bem, tal como toda a gente, fui ver o Avatar ao cinema. De início ainda fiquei na dúvida se devia ir ou não, pareceu-me mariquice pendurar aqueles óculos nas trombas. Depois é que me ocorreu que fazem lembrar os que o José Cid usa e, nessa medida, sendo este último inimigo declarado de tudo o que é artífice da panela, lá fui assistir de consciência tranquila.

Comecei por não desgostar. Quando a puta azul apareceu aos saltos de cu ao léu a falar estrangeiro senti as veias laterais do mastro a latejar de gozo como não acontecia desde que vi o Música no Coração (pelo menos até me ter apercebido de que os nazis afinal não iam distribuir uma merecida arroba de caralho pelos orifícios de toda a família von Trapp aos dois de cada vez). E como em tempo de crise nada se estraga aproveitei até para esmoer as pipocas batendo uma valente sarapitola, imaginando-me a pintar de branco a testa azul da gaja gigante, chamar-lhe Meytiri só para enxovalhar e a limpar o pingo do tarolo às sementinhas sagradas flutuantes. Foi só depois de já ter enviado o esguicho para a carapinha do preto sentado no banco da frente que a mensagem a ser transmitida subliminarmente no filme me surgiu diante dos olhos com toda a clareza do dia. Com o susto da gravíssima constatação, o latejar das veias cessou de imediato e a rigidez do bastil desceu do nível do diamantino ao do meramente pedregoso.

Sendo certo que o idiota leitor não terá tido presença de espírito para gozar de semelhante epifania – ocupado que estava a chorar que nem um menino casapiano que ouve o som dos passos no corredor a aproximar-se a meio da noite, dado estar tomado de uma enorme tristeza ante a invasão de Pandora na qual os humanos, movidos apenas pela ganância, danificaram ligeiramente a flora local sem piedade –, farei então o favor de denunciar a berlaitada mental a que estão sujeitos todos o que foram ao cinema ver este filme, e que à primeira vista não tem qualquer tipo de efeito nefasto nas cabeças dos desavisados espectadores (excepção feita ao preto que ficou com gosma no cabelo).

A verdade é que a malta “verde” de Hollywood não é tão idiota como pensei. O documentário do Al Gore sobre a fragilidade do planeta deu que falar mas já foi votado ao esquecimento eterno. O próprio di Caprio fez um do género também, esforçando-se por reunir as opiniões dos mais reputados astrólogos e videntes índios num DVD de hora e meia de pura ficção científica cujo único aspecto verde que chamou a atenção do público foi o preço, no caso daqueles que se perderam na Fnac e foram dar à umbrosa secção dos filmes de merda que nunca passaram pelo piso dos cinemas. Toda a gente cagou para ele também, assim como para toda a conversa sobre a necessidade de se evitar que o planeta se torne ligeiramente mais quente pois tal situação, a verificar-se, implicaria um declínio drástico na qualidade de vida não só dos ursos polares como também das salamandras asiáticas.

Porém, as coisas mudaram. Os produtores e realizadores de hoje aprenderam com os erros passados dos de ontem. Perceberam que ninguém gosta nem liga a lições de moral. Então, numa jogada do mais insidioso que pode haver, fizeram o Avatar. A mensagem mudou por completo. Já não é “salvem o planeta se não quiserem morrer”. Agora é “salvem o planeta se quiserem foder”. E desculpem lá, meus amigos, mas com foda não se brinca.

Há dúvidas? Considere-se o personagem principal. Vive na Terra do futuro, que mais não é do que uma insubtil metáfora da vida urbana na sociedade contemporânea, onde tudo é artificial. E que é ele nesse mundo? Um deprimente paraplégico com piça só para enfeitar e colhões de saco roto. Perante o seu drama, o espectador caixa-de-óculos a sorrir feito parvo no cinema de mão dada com o namorado regozija-se com as admiráveis coragem e perseverança do aleijadinho. Imerso na sua paneleira felicidade nem se dá conta de que, de acordo com a metáfora do filme, o aleijadinho é ele.

De repente, eis que o protagonista se torna tão amigo das plantas e animais que fica azul (verde dava demasiado nas vistas). Assim que o faz, é certinho: orienta-se logo com cona nativa. Já não é o aleijadinho humano de outrora. Apesar de ter perdido os privilégios de estacionamento agora a vida corre que é uma maravilha, sempre repleta de emoção e aventura num novo mundo onde tudo é tão puro e natural que até enjoa. Um belo dia, tanso que nunca deixa de ser, lembra-se de contar à namorada aborígene o real motivo da sua visita: é um espião do mundo da tecnologia que foi lá não só para a foder a ela mas também toda a sua família e pegar-lhe fogo à casa. Inevitavelmente, levou a proverbial tampa. A cona, coisa pura e natural, não quer ter nada a ver com tecnologia - ou pelo menos tecnologia que não vibre. Agora pergunto ao leitor que assistiu a esta comovente cena choramingando e assoando-se ao lencinho com as iniciais bordadas em ponto-cruz pela sua mãe: que lição deve retirar disto enquanto vê o seu filminho a três dimensões com som Dolby Digital em ecrã panorâmico?

Como se isso não bastasse, para humilhar um gajo ainda mais, fizeram a gaja gigante! Ou seja, mesmo admitindo que estivesse disposta a arreganhar a pachacha para levar uma foda de marsapo humano, qualquer tentativa de dar uma queca naquilo (ainda que o dito tarolo gozasse de proporções priapísticas) seria comparável à de tentar foder o buraco de uma máquina de lavar roupa. Aí sim, é que era de choramingar.

Conversamente, as gajas que vêem o filme estão inconscientemente a receber a mesma mensagem (invertida) e, sem se aperceberem disso, saem do cinema convencidas da lógica de que se um gajo recicla é porque tem uma piça descomunal. A partir desse momento, é vê-las de perna aberta, simulando um Esporrão a juntar ao Vidrão e ao Papelão.

Pois bem, estou aqui para dizer que a mim não enganam e que não tenho medo de terrorismo conal de espécie alguma. Tal como todo o homem digno desse nome, estou-me positivamente a cagar para a natureza. E digo mais: se tivesse sido eu a mandar nas tropas invasoras do filme não me tinha ficado por aniquilar a arvorezinha sagrada. Tinha terraplanado a merda do planeta todo, feito um centro comercial e no fim era chegar aos sobreviventes da tribo azul, toma lá um chapeuzinho do McDonald’s, um avental e toca a espalmar a fauna mítica para fazer hambúrgueres.

Há uma lição a retirar do filme, sim, por trás da lição subliminar que nos impingem. A de que a mulher é de facto como a natureza: por algum motivo sentimo-nos bem lá dentro mas na maioria dos casos só serve para nos chatear os cornos por não lhe darmos mais atenção. Mas não se esqueçam, putas do caralho, há-de haver um dia em que tudo o que o mundo natural providencia terá um equivalente artificial. Isto inclui a tecnologia da cona a pilhas que está cada vez mais avançada. Um dia em que inventem um material que não arranhe o nabo no esfreganço acaba-se a natureza e acaba-se a paciência para aturar as vossas merdas de uma só vez. Até porque a gaja azul do filme é boa mas não é assim tão boa. Um broche com aqueles dentinhos não deve andar longe da sensação de se ter o castor da Dentagard a roer-nos o madeiro - e puta que não faz broches de jeito não presta, que nem só de cu e cona vive um homem.

Quanto aos animaizinhos, caguei para todos os que não estejam no Jardim Zoológico a servir de alvo para o arremesso de pedrinhas e amendoins. De qualquer modo não têm outra utilidade real que não a de fornecer inspiração para o fabrico de peluches, oferecidos de surpresa de modo a que quando a gaja que o receber fizer o inevitável “ooon ton fofinhuuuu” se aproveite o momento para se lhe enfiar o chouriço na beiça ovalizada que a elocução do enervante som exige.

Sei que não parece meu mas por tudo isto aconselho o leitor a não retirar inspiração punhetística da gaja do Avatar. Em alternativa, se realmente for apreciador de cona azul mas não lhe apetecer estrafegar uma puta do Martim Moniz para consegui-la, sugiro que volte aos livrinhos dos seus tempos de infância e esgalhe o nabo galando a Estrumpfina. Parecendo que não, também era bem aviada naquela senisga com um belo mastro entesado. E, ao contrário da puta do Avatar, sendo fofa e anã, podem crer que lhe faria doer e em não pequena medida.