Anuncia-se
hic et nunc, nesta histórica postagem, a ejaculação oficial da mui antecipada rubrica
O Priaprisma Fodosófico. E como sou um gajo fodido não há aula de apresentação para ninguém, começo já a dar matéria.
Antes de começar é imperativo que se faça uma advertência: se o leitor tiver batido uma punheta nos últimos dez minutos (e uso aqui a conjunção subordinativa integrante “se” como mero artifício de retórica), solicita-se que pare de ler estas linhas e que volte cá dentro de cerca de uma hora e picos, quando o stock da colhoada tiver sido devidamente reposto, porquanto tal como um carro que anda sem óleo pifa ao fim de pouco tempo, assim também não é possível interiorizar conhecimento fodosófico sem meita a lubrificar as juntas dos neurónios.
Ora, uma vez que sem método não se vai a lado nenhum, procedamos do geral para o particular. Nessa perspectiva, a questão mais genérica a colocar é sem dúvida a de se foder constitui actividade artística ou se os seus princípios básicos são científicos. A pertinência deste ponto é facilmente compreensível. É que se for arte exige talento natural e, nesse caso, quem não o tiver, esqueça. Por outro lado, se for ciência, mesmo o mais cataléptico dos amantes poderá devir martelo pneumático através da memorização e subsequente aplicação de algumas fórmulas matemáticas elementares que adeqúem devidamente o ritmo de bombadas em Hertz à pujança das pichotadas em Joules de tal modo que, tão certo como 2+2=4, a gaja acabará cada sessão de espeta-nabo aos urros de alegria abafados com as trombas enfiadas na almofada. Não poderia, pois, deixar de ser a primeira questão a ser debatida.
A melhor forma de se averiguar se a foda pertence ao âmbito do estético por oposição ao científico parece-me ser a de verificar se partilha características com outras formas de arte conhecidas. Por exemplo, é manifesto que há semelhanças com a pintura. Quantas e quantas vezes, defronte das telas virgens de faces, mamas e nádegas dispostas diante do meu pincel, não me pus a pintar coisas lindas até se me acabar o guache? E não me refiro a merdas à Pollock que isso qualquer puto de liceu deixa nas cuecas todos os dias depois de cada pívea. Falo de verdadeiro impressionismo à Monet. Por exemplo, certa vez, após vazar a bisnaga nas fuças de uma gaja manobrando a piça para cá e para lá de um modo que nunca antes tinha ela visto, perguntou-me a cadela: “Príapo, que diabo foi isso?” Ao que respondi: “Xiu, caralho. Vai mas é ver-te ao espelho. E não limpes a ranhoca das trombas que se aí a pus por algum motivo foi”. Puta obediente que era, assim fez. Diante da sua imagem reflectida, assegurou-me de que nada via de especial. Apenas a cara cheia de sumo de tomate, como sempre. Disse-lhe que se afastasse uns metros do espelho e que voltasse a olhar. Qual não foi então o seu espanto ao constatar, à distância, que o esmegma cuidadosamente espalhado pelas suas bochechas formava na perfeição a imagem da fachada da Sé de Braga em perspectiva cavaleira?
Porém, e por muito que me custe admiti-lo, tal não é suficiente para que se eleve a foda ao estatuto de arte. Isto porque a pintura só vem no fim da foda e muito do que nela há de maior interesse vem antes. Claramente, é preciso mais.
Talvez a escultura seja comparativo mais frutuoso. Durante o bombanço é possível pôr a gaja em posições tão estrambólicas que são sem dúvida candidatas a serem consideradas artísticas. Importando novamente um exemplo da experiência pessoal, recordo uma ocasião em que engatei uma contorcionista no funeral de uma trapezista que andei a foder durante uns tempos. Boa moça, a defunta. Mamas razoáveis, cu de sonho. Morreu tragicamente devido a uma tripla pirueta executada sem rede que correu mal. Era previsível, a correr riscos daqueles. No fatídico dia ligou-me do carro em vez de esperar até chegar ao circo, cheia de pressa que estava de combinar a bombada pós-laboral. Ao entrar num túnel ficou sem rede e enquanto tentava perceber se o problema era do telemóvel espetou-se de frente contra um muro. Quem assistiu diz que ainda deu três piruetas antes de afocinhar no cimento. Ao menos não sofreu, não cheguei a ter tempo de lhe dizer que nesse dia já tinha foda marcada.
Em todo o caso o fim iria inevitavelmente chegar para nós, não tínhamos uma relação muito saudável. De cada vez que me agarrava o nabo apertava-o como se fosse cair se o largasse, mais cedo ou mais tarde ia acabar por me espremer a uretra em pleno orgasmo e rebentar-me com os colhões. Mas voltemos à vaca fria (neste caso, à ex-acrobata estiraçada no caixão). Enquanto esperava pelo padre na capela, fingindo carpir amargamente, vi uma gaja sem mamas e em geral enxuta de carnes que me chamou a atenção pelo modo como espetou a peidola ao baixar-se para dar um beijinho à falecida, sem dobrar as pernas. Intrigado, perguntei à mulher barbada ao meu lado quem era aquela formidável criatura. Assim que me disse que era contorcionista fiquei de rosto mais branco que a morta - o sangue foi chamado a serviço noutras paragens. Mais tarde, por sua vez, a contorcionista disse-me que a mulher barbada afinal era a mãe da trapezista, e que de facto trabalhava no circo mas apenas na parte da contabilidade. Enfim…
É certo que o enquadramento fúnebre não se dá muito ao romance mas gajo que perde a oportunidade de foder uma trapezista e uma contorcionista na mesma semana é porque é palhaço. Sem pudores, aproximei-me do caixão e meti dois dedos de conversa com a chorosa rapariga. Antes do enterro já estava no carro a meter-lhe dois dedos na pachacha. Fomos para casa dela nesse mesmo dia e foi aí que me senti um verdadeiro escultor. Dei-lhe voltas no fodilhanço que mais davam a impressão que estava a embrulhar a piça para oferecer a alguém no Natal. Até a moral dela se contorcia, visto que era casada. E tinha um sentido de humor curioso, a puta. A dada altura pregou-me um cagaço monumental. Estava eu descansadinho da vida a aviá-la à canzana quando de repente senti um toque no ombro. Estava alguém atrás de mim a chamar-me. Quase em vias de me borrar todo com o susto olhei para trás à espera de ver o marido furioso. Quem mais poderia ser, certo? Pois é, afinal era ela. Virei-me para a frente outra vez e verifiquei que o cu dela continuava lá. “Foda-se, mas que merda é esta?”, cogitei. Cedo desisti de tentar perceber. Estava claro que a puta me estava a desafiar. "Ah, filha de um cão bexigoso", pensei para comigo, "anda cá que já te conto". Estalei os dedos, dobrei o pescoço para um lado e para o outro e deitei mãos à obra. Deixei-me de neoclassicismos e passei à escultura abstracta, sem nunca parar de lhe escachar a pôncia. Cheguei a criar algumas coisas inspiradas, modéstia aparte. Em todo o caso, não consegui infligir-lhe mais do que uma ligeira luxação. O desengonço permanente revelou-se impossível, não obstante os meus melhores esforços.
Agora, chegará isto para considerar a foda uma arte? Julgo que não. Para já porque nem toda a gente tem a sorte de andar a foder cona do Chapitô. E depois porque uma escultura é um objecto respeitável, intemporal, venerando. Dificilmente poderemos atribuir semelhantes adjectivos a toda a puta que ande para aí a foder que nem uma loba só porque aprendeu a fazer a ponte em Educação Física.
Será então a foda como a música? É um facto que há musicalidade no rimombar dos tomates em harmonia com o do tetalhal. Quiçá como o teatro? Não raras vezes me vi forçado a recorrer a técnicas avançadas de representação para convencer a gaja de que só doía a entrar. Ou será análoga aos matraquilhos? Há sem dúvida por aí muita gaja capaz de bater píveas alternadamente a vários barrotes perfilados diante de si com a mesma perícia com que um artista dos matrecos passa do guarda-redes e defesas para o meio campo e avançados. Em que ficamos, afinal?
Considerados todos os factores, verifica-se que fica sempre algo por dizer se buscarmos uma definição artística para a queca. Foder não pode ser de modo algum arte em sentido estrito, ainda que possua inegáveis elementos estéticos.
Nesse caso, será ciência? Também não. Se o fosse, os grandes génios das várias disciplinas científicas ao longo da História teriam de igual modo sido génios da foda, e verifica-se que o oposto é que é verdade. A teoria da relatividade, por exemplo, não obstante ser sem dúvida uma das grandes conquistas do intelecto humano, só tem aplicação à foda se considerarmos que a cona era coisa relativa à qual a gaita do Einstein pouco ou nada tinha a ver. Não há nenhum E=mc2 da berlaitada, cada cona é um caso e não há lei universal que se aplique a todas. No entanto, também não é coisa que seja completamente distinta da ciência. Não esqueçamos que o progresso fodangal, assim como o científico, tem na sua base o mesmo método: o da experimentação empírica. Não é possível fazer a dedução transcendental das categorias
a priori da foda a partir da punheta pura. Há que foder, mesmo.