quarta-feira, 24 de março de 2010

O Evangelho do Mau Gosto


Devo antes de mais pedir desculpa ao leitor por lhe dar a notícia assim de chofre, sem fazer uso de um único eufemismo recalcitrante a terminar em reticências que seja, mas nestas coisas não há verdadeiramente como amenizar a notícia. Limito-me, por isso, a cumprir o doloroso dever que sobre mim impende de comunicá-la.

Saiba-se, então, que a imagem acima não é uma montagem. Confirma-se mesmo o falecimento de Tareco. Não mais jubilará este terno detentor de amplos bigodes na sala que outrora fora o seu domínio, fazendo o gosto à unha no sofá onde passava pelas brasas à tardinha. Não mais se assanhará contra os condóminos humanos do seu apartamento, os quais, desejando também por vezes cacholar no sofá no seguimento de um opíparo repasto ao sábado, para cima dele se atiravam sem querer. Não mais se vingará no almoço familiar do dia seguinte, saltando para cima da mesa e peidando-se na comida, empestando a atmosfera circundante dos comensais com um odor semelhante ao que se esperaria encontrar na vizinhança de uma posta de pescada na qual alguém tivesse recentemente cagado em abundância. Em consequência, também não mais cruzará aerodinamicamente a atmosfera da sala, propulsionado por um sapato recheado de ossos apontado à velha cicatriz que marcava o sítio onde nos tempos idos da sua curta juventude estivera o seu ainda mais curto piço, aterrando pouco depois no acolhedor sofá de sempre, onde o lume ardente do desejo de vingança se acalmava então um pouco no seu felpudo peito até apenas restar o rubor constante de umas brasas, pelas quais de seguida passava. Nada disto se repetirá, pois Tareco já mia em pastagens mais verdes. Foi bicho fiel. Foi animal estimado. Mas acima de tudo, foi rafeiro.

Claro, não pode deixar de ser notado que Tareco já está sindicalizado na indústria do tijolo há 14 anos e uns meses, e por isso não é segredo nenhum que se estou aqui a escrever sobre ele não será de certeza para comunicar pêsames ou dar informações sobre a data e local das exéquias. Não, o meu propósito é outro bem mais elevado. Encontro-me aqui hoje exclusivamente com o intuito de devolver Tareco, até aqui mero desconhecido bichano, ao justo lugar que deverá ocupar na História doravante: o de conhecido bichano. Com um pouco de paciência e pouco barulho, prometo que tudo o que digo se tornará transparente muito em breve. Atentai ao que se segue.

A explicação do que está aqui em causa exige uma pequena crónica preambular de certo acontecimento peculiar que vivi no cálido fim da tarde de 30 de Agosto de 2008. Estava de férias nessa altura. Mais concretamente, estava no final da minha visita anual ao Jardim Zoológico de Lisboa, já a caminho da saída. E estava bem disposto. A visita tinha superado em muito outras de anos anteriores. Ainda apanhei os tigres, os leões, os saguis, e um casal de pássaros de uma espécie insectívora sul-americana qualquer a foder (todos à canzana, ainda por cima). No cômputo geral, saldo positivo. Mesmo assim continuou aquém do melhor de sempre. Em 2004 vi menos bichos a aviar berlaitada selvagem, é certo, mas como um deles era eu há que acrescentar uma generosa bonificação à classificação final, que ainda hoje lhe faz merecer o lugar cimeiro do pódio. Enfim, adiante. Estava eu a manjar os últimos amendoins do pacotinho caro para caralho, filhos da puta, que vinha quase só com cascas, a caminho da saída, quando dou por mim a passar por aquele mítico local que é de longe o mais intrigante em toda a terra de Sete Rios: o cemitério da bicharada doméstica, ao lado da jaula dos ursos, que nesse ano pareciam estar em vias de agraciar o visitante com uma boa foda mas que depois se ficaram apenas por arrear o calhau, o que também não é mau de ver.

Já desde puto que aquele vale cheio de curiosas campas me alcovitava o interesse mas admito que por ser um sítio dos mais inóspitos que há em termos de cona boa, nunca lhe dei muita importância. Ora, o ano de 2008 marca a diferença porque, pela primeira vez, parei, olhei, e meditei. O observador pouco perspicaz que ignorasse estar diante de um cemitério de animais domésticos decerto seria enganado pelas inscrições nas lápides. Os nomes esquisitos dos defuntos e a frequência dos epitáfios em que se lia “saudade eterna dos donos” facilmente dariam azo a crer que se tratava de um antigo cemitério de pretos. Porém, o erro dissipar-se-ia logo que o olhar recaísse sobre a campa que se vê na imagem acima reproduzida. A última morada de Tareco. E assim aconteceu comigo.

Recordo com vividez a estranha sucessão de pensamentos que me atravessou naquele tragicómico momento. Melhor dizendo, a espécie de bloqueio mental que experimentei, sem igual em toda a minha vida pretérita. Por um lado, aquilo era um túmulo. Havia ali sem dúvida algo de ominoso, como é próprio de todo o jazigo. Algo que convidava à reflexão melancólica e ao piedoso silêncio de respeito imposto pela gravidade metafísica daquela impressão da morte e do destino cunhada em pedra. Sem distinção de qualquer outro túmulo, era um memento mori que me depunha ante a minha própria finitude enquanto animal não menos mortal que qualquer um dos ex-pulgosos e carracentos que serviam agora de lanche a uma classe inteiramente diferente de parasitas, logo abaixo da terra que adubavam.

E no entanto… era o Tareco. O Tareco estava a ser ominoso, tão fofo. Como era possível que não estivesse a partir-me a rir? Os lábios moviam-se, a gargalhada queria sair mas fazia-o apenas a custo e em rasgos intermitentes, como soluços. Não conseguia perceber o que se estava a passar. A situação era, para mim, de todo em todo inédita. Teria de investigar. Contudo, já não teria tempo de fazê-lo ali. Saquei do telemóvel, tirei uma fotografia para mais tarde observar em filosófica contemplação e fui-me embora.

Mas quis o destino que eu entretanto trocasse de telemóvel, visto que aquele era uma bela merda, e assim Tareco acabou por ficar perdido na memória de uma relíquia tecnológica e esquecido da minha. Isto até à semana passada. É que o destino quis também que eu partisse todos os telemóveis que tenho. Quando corro para o comboio, é frequente o meu barrote entesado procurar a cada passada enveredar por sítios estranhos dentro das calças de modo a evitar explodir com a pressão nas veias. Como invariavelmente isto resulta na expulsão à cabeçada do conteúdo dos meus bolsos e respectivo espatifamento no chão, ando sempre a trocar de telemóvel. Até que na semana passada o dia chegou em que mais um se partiu e tive de retornar ao uso do antigo para desenrascar. E eis que num momento de saudosa pesquisa nos ficheiros guardados, entre várias imagens de cus e mamas de gajas às compras, me deparo com a sepultura de Tareco. Somente então, tanto tempo depois, percebi o que significou deveras a morte deste animal.

Sem mais delongas, permitam-me que transmita a revelação: meus caros, se, tal como eu, sempre quiseram saber onde acaba o bom gosto e começa o mau, que cessem de imediato todas as vossas dúvidas. A linha passa exactamente pela tumba do Tareco. Sim, hoje sei por que motivo não consegui partir-me a rir naquele fatídico dia no zoo. Espanta-me apenas que não o tenha compreendido logo. Só o meu subconsciente reconheceu a importância daquela descoberta, obrigando-me a fotografá-la. No Jardim Zoológico, à vista de todos, está nada menos que o elo perdido entre o bom e o mau gosto.

É verdade que, de certo modo, é de bom gosto enterrar o bichano fiel de tantos anos, que tanta alegria deu à família toda. Mostra sensibilidade e é, no sentido mais nobre do termo, humano. Por outro lado, fazer um funeral a um gato ainda por cima chamado Tareco é coisa tão absolutamente ridícula e paneleira que é impossível decidir-se o que pensar ou fazer defronte da sua campa em tamanho A4. Diante da pedra lapidar de Tareco, pergunto eu, qual o procedimento correcto? Rir ou chorar? Seguir em frente ou parar? Apontar com o dedo e chamar outros para verem também ou baixar a cabeça e observar um minuto de silêncio? E isto não são dúvidas que só a mim afligem, meus caros, não se enganem. Toda a gente que por ali passa se põe a olhar de lado à espera de perceber pela reacção dos outros o que fazer. O resultado global é o de uma colecção diária de tansos a entreolharem-se com caras de parvo em completa confusão, todos experimentando aquela peculiar sensação da vontade de rir e o sentimento de culpa que marca o início do mau gosto. Não tendo propensão espiritual para filosofar, claro está, nada mais lhes resta fazer nessa altura senão seguirem até à barraquinha das fotografias e comprarem as fotos com as figuras de otário que fizeram ao pé das lontras no delfinário - ou vice-versa, nem sei -, pois aí tudo é simples e não há dúvidas nenhumas. O delfinário é mesmo só ridículo e paneleiro.

Mas como não podia deixar de ser, o velho Príapo pensou seriamente no assunto, e vai daí anuncio-vos hoje a boa nova associada à anterior descoberta, qual evangelista do animal doméstico. Saiba-se em todo o mundo que Tareco morreu por nós, para expiar o pecado que comete quem se ri das piadas de mau gosto. Tal foi o sacrifício que fez este aparentemente vulgar felis silvestris domesticus, pelo qual todos lhe estamos em eterna dívida. A sua tumba não marca só o horizonte do bom gosto, a partir do qual começa a piada de mau gosto. É também o solo sagrado até onde deverão peregrinar todos aqueles que já espreitaram, por assim dizer, para lá desse horizonte, e que gostaram do que viram.

Todos os apreciadores do mau gosto devem algo a este singular bichano. Ora, como fica provado pelo facto de estar a ler isto que o leitor se inclui nesse número, também tem obrigação de respeitar e honrar a memória de Tareco, pois morreu por si tanto quanto por mim. Aliás, para ser perfeitamente honesto, devo dizer que o sentimento que me invadiu nesse dia ante o túmulo de Tareco culminou, a longo prazo, na criação deste blog. E como se eu não o tivesse criado o leitor não seria leitor, poderia estar neste momento a passear algures pelas ruas da amargura, amofinado, onde acabaria por morrer atropelado por uma velha bêbeda. Por isso, mais do que por tudo o resto, o leitor deve respeito ao referido felino. Tareco está neste preciso momento a salvar-lhe a vida.

Dito isto, proponho que no dia 18 de Dezembro se celebre o Dia Mundial do Mau Gosto, a coincidir com a data do falecimento de Tareco, cuja vida e obra serão um dia matéria obrigatória a leccionar nas escolas primárias de todo o planeta. Teses de doutoramento se escreverão sobre Tareco e o seu túmulo receberá milhares de visitas por ano, se os preços do Jardim Zoológico entretanto deixarem de ser a roubalheira que hoje são, gatunos filhos da puta que não têm outro nome. Isto profetizo eu.

Não me alongo mais, a minha missão está cumprida. Peço apenas a todos os que lerem isto em particular e a todos os que alguma vez se riram de uma piada de mau gosto em geral que se lembrem de Tareco, graças ao qual estão desculpados por o terem feito. E se um dia destes o leitor der por si a transitar pelo Jardim Zoológico, que baixe o olhar sobre este singelo túmulo à beira-passeio plantado, a seguir aos ursos, antes da saída. Encontrará aí o sagrado local do eterno repouso de Tareco, nosso misterioso Salvador, perante o qual ninguém sabe muito bem o que fazer.

Não quero com isto dizer que deverão depor flores na sua laje, claro. Isso seria humanizá-lo e nenhum humano, precisamente por sê-lo, poderia fazer o sacrifício que Tareco fez por nós. Mas seria honroso e de bom tom deixar lá, pelo menos, um coentro.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Priaprisma Fodosófico: 2

Metodologia para determinar que gajas estão a pedi-las

(A lição de hoje é longa e dura, tal como o meu caralho, mas vale a pena, tal como o meu caralho)

Estão atrasados, caralho. Sentadinhos e pouco barulho. Até me fazem falar mal.

Eis-nos chegados ao segundo número do precocemente clássico Priaprisma Fodosófico. Agora é que vai ser a doer, esta merda. Portanto, blocos de notas e canetas para fora. Nada de escrever os apontamentos na mão que isso depois desbota durante a punheta suada e depois para ler é, literalmente, uma gaita.

Decerto que a recordação da metodologia a seguir na nossa progressão pedagógica estará ainda tão fresca na memória do diligente leitor discente quanto o pingo na parte da frente da cuequinha preferida da Pucca depois da sua última queca na fiel pachacha de cinco dedos, mas como a seguir ao fresco vem o peganhento o melhor é mesmo reiterar, não vá o Diabo batê-las. Se bem se lembram, foi unilateralmente acordado no primeiro número desta rubrica que partiremos do conhecimento mais geral em direcção ao particular, até àquele bíblico momento final em que o leitor rasgará a batina de punheteiro noviço e se erguerá triunfante, todo nu em público, bradando de peito inchado aos sete ventos, de cu fechado em cueca com sete selos: "calai-vos, paneleiragem, temei e tremei, pois eu sou Fodósofo. Que ninguém ouse cruzar meu caminho, ou incorrerá no castigo de chegar a casa e ver sua mãe chupando-me o urubu na sala, de avental, enquanto a sopa está a fazer".

A primeira parte deste heróico empreendimento foi levada a bom porto no mês passado. O Priaprisma debitou já uma luzinha de conhecimento fodosófico que, por modesta que seja, bem melhor é que o abichanado arco-íris que era antes da sua cromática conversão. A sabedoria obtida foi, relembro, esta: a foda encontra-se a meio caminho entre a ciência e a arte. Ora então, o tema que se segue na nossa progressão descendente – após a apresentação do qual o leitor ver-se-á renascido como filho bastardo de uma orgia de neurónios em que vai ser só esbodegar sinapse e enrabar dendrito até escorrer neurotransmissor das paredes cranianas –, será o do vetusto conceito de “estar a pedi-las”, de que toda a gente fala mas que ninguém parece compreender realmente.

Trataremos, portanto, de identificar e circunscrever o âmbito das gajas que estão efectivamente a pedi-las. Uma gaja que está a pedi-las é, em poucas palavras, uma gaja que está mesmo no ponto para ser fodida. Isto julgo que todos sabemos. Porquê então falar nisto? Porque, sua besta, se o Priaprisma Fodosófico pretende veicular sabedoria sobre a foda, há primeiro que identificar as gajas às quais essa sabedoria poderá potencialmente aplicar-se. Dizer "pó caralho com a conversa de merda, a pedi-las 'tão essas putas todas", nasalando uma junga de patê de serôdio enquanto o mindinho tapa a narina menos congestionada como que para dar ênfase à noção veiculada é bonito e fica sempre bem, mas está errado. A piça não é nenhum bouquet que se atire assim ao ar ao calhas a ver quem será a próxima gaja a encavar. Alguns motivos para que assim seja são auto-evidentes. Meninas muito novinhas, por exemplo, ainda que rebitesas, não são alvos potenciais para a pichotada por não estarem física nem psicologicamente preparadas para aguentar o choque traumático que uma bela violação acarreta, uma vez que o barrote entesado ocupado a escachar pipi de primeiro ciclo empurra o diafragma para cima e pode causar soluços à pita, o que posteriormente lhe impossibilitará a leitura em condições das legendas do High School Musical e criará grandes dificuldades em acompanhar o desenvolvimento do enredo.

Já no caso das velhas, somos nós quem não está preparado para o choque traumático. Por muito ensaraivado que um gajo esteja nenhuma velha, nunca, em qualquer circunstância, está a pedi-las. Há limites mínimos de qualidade de pachacha dos quais o homem nunca deverá ficar aquém, pois por muito que a idosa se pinte e faça permanentes, nada poderá fazer no sentido de dar à sua vagina um aspecto que menos se assemelhe às pálpebras de um rinoceronte.

Mas que dizer das regiões de fronteira difusa? Até que ponto é possível demarcá-las objectivamente, e segundo que critérios conológicos? Em termos menos abstractos, quando é que uma menina se torna gaja de pleno direito (i.e. passa a estar a pedi-las)? Sim, que a pita começa a pedi-las muito antes de poder sufragar. Muitos casos há em que acabadas de aprender a tabuada estão já prontas a aprender a pranchada. Isto também toda a gente sabe, obviamente... mas quando se dá a viragem? E no extremo oposto, em que ponto etário exacto termina o escalão da matrona que está a pedi-las e começa o da velha que já nem a pagá-las devia voltar a sentir o gosto à foda? Em suma, quais são e onde se encontram os Barrancos e Olivenças do chavascal? Estas sim, são questões complicadas que merecem a devida apreciação fodosófica. Assim sendo, consideremo-las, sem que no entanto sobre elas nos debrucemos, uma vez que não existem ambiguidades quanto ao facto de que quem está de cu para o ar está a pedi-las.

A tematização inaugural do problema das gajas que estão a pedi-las remonta à Antiguidade Pré-Clássica - mais especificamente, ao final do período Pré-Dinástico do Antigo Egipto. É do conhecimento comum que o ritual fúnebre egípcio envolvia o processo de mumificação do cadáver, necessário a assegurar a imortalidade do defunto depois da morte terrena. O que poucos sabem é a importância dada pelos egípcios à mamificação - o processo de desenvolvimento das glândulas mamárias cujo início marcava o dealbar da idade em que a moça passava a estar a pedi-las. Sabemos que era esta a crença egípcia através do único fragmento que foi possível rescuperar (ainda que com algumas lacunas) de um vasto manuscrito em papiro cujo original tinha as páginas todas coladas: “Quando, pelo poder de Horus, o planalto do mamilo se tornar incipiente pirâmide, a jovem rapariga, seja provinciana ou filha de deuses, encontrar-se-á em estado de quem está a pedi-las. Na alvorada desse acontecimento, para glória de Amun-Ra, o sacerdote deverá realizar o ritual de passagem, após o qual a moça será mulher, enfiando bem fundo o seu [lacuna] toda assada, sendo também aconselhável que [lacuna] usando manteiga de cabra se necessário”.

A importância central de Horus no panteão egípcio advém precisamente do facto de ser a divindade considerada responsável pela mamificação. Veja-se a sua imagem. A significação da cabeça de pássaro ainda é muito debatida. Uns dizem que simboliza a pássara. Outros, que representa o bico iniciático executado pela jovem, durante o qual, como o pardal na seara, prova da semente pela primeira vez. Mas independentemente do debate a respeito desse pormenor, é consensual que o seu chapéu é um garrafão de esporra. O grande “T” que leva na mão esquerda simboliza claramente Tesão, e na sua mão direita carrega o postezinho com o qual media a altura e a largura da jovem para depois, através de um misterioso cálculo, determinar o tamanho das tetas que lhe daria. O próprio nome – Horus – tinha origem no facto de ser o deus que indicava quando é que já eram horus de começar a foder.

Os Gregos e os Romanos teriam muito de interesse a dizer-nos a este respeito mas vou saltar já para o século XVIII senão nunca mais saio daqui. O protagonista da revolução na história do estar a pedi-las de que esse século foi palco foi, sem grandes surpresas, Benjamin Franklin. Franklin interessava-se por invenções quase tanto quanto por gajas só que, como tantos outros, não sabia determinar exactamente quando é que principiavam a estar a pedi-las. Talvez inspirado no suposto “cálculo” que Horus efectuava antes de atribuir as tetinhas à puta de amanhã, decidiu transcender a superstição primitiva e dedicar os seus esforços criativos a desenvolver um engenho capaz de determinar com certeza matemática se uma dada jovem estava, de facto, a pedi-las. Apesar de não ter sido fácil a coisa correu bem e, ao fim de meses de trabalho o primeiro pedi-lómetro do mundo estava pronto.

O funcionamento do pedi-lómetro era tão simples quanto genial: bastava enfiá-lo cona adentro da pita-alvo e quase de imediato saia um papelinho do outro lado a dizer se ela estava a pedi-las ou não (do outro lado do pedi-lómetro, não da pita). Faltava apenas uma coisa para que Franklin pudesse divulgar a notícia da sua invenção: testá-lo. Não tendo grande escolha, decidiu pedir ajuda à sua própria mulher. Sabia que se desse resultado negativo era porque funcionava, a gorda nunca tivera um momento na vida em que tivesse estado a pedi-las. E assim foi - a badocha deu em cobaia e a experiência foi realizada. Mas nunca se chegou a saber se a engenhoca funcionava ou não.

É que o bom do Franklin inventou aquilo antes de descobrir as potencialidades da electricidade e por isso o pedi-lómetro trabalhava a carvão. Ora, como não podia deixar de ser, quando se ligava, aquela merda tremia mais que um carrinho do Continente a andar no passeio. Resultado: assim que entrou na senaita da gorda ela já não quis que saísse, e corria a pontapé qualquer um que se aproximasse com medo que viesse para tirá-lo (inventor incluído). A partir daí o Ben teve que desistir da ideia e dedicar-se a outros projectos. Não por vontade sua, mas da gorda. A pedido dela – ou melhor, sob ameaça de nunca mais lhe chuchar a picha na vida –, foi forçado a trabalhar numa coisa do género do pedi-lómetro mas que se limitasse a tremer, sem deitar papelinhos e que não funcionasse a carvão, visto que lhe deixava o bordedo todo a cheirar a sardinha assada. Vai daí, lá teve de descobrir a electricidade o que, entre algumas outras coisas, serviu para inventar o vibrador. Ainda hoje é debatido se a gorda morreu da doença de Parkinson ou se um dia com o entusiasmo perdeu a invenção do marido algures entre as adiposas pregas conais e preferiu enfrentar a morte ao embaraço de revelar a verdade. Nunca saberemos. Seja como for, reza a lenda que na missa no seu funeral tinham de parar tudo de cinco em cinco minutos para voltar a pôr o caixão no sítio.

De certo modo a invenção continua a funcionar ainda hoje como pedi-lómetro, repare-se. Qualquer gaja que use vibrador está claramente a pedi-las. Mas não é bem o mesmo. Daí ter sido tão importante a descoberta nos diários de Benjamin Franklin da fórmula que o pedi-lómetro efectuava quando enfiado na pachacha da gaja – e a sua surpreendente simplicidade permitirá ao leitor efectuar o cálculo por si próprio. Ora aí vai ela:

(a + b) / (c x d) = p

"a" – altura da jovem em centímetros

"b" – peso da jovem em quilogramas

"c"– grau de escolaridade da jovem (8 corresponde ao 8º ano, 10 ao 10º, etc., até ao máximo de 12º, a partir do qual toda a gaja está legalmente a pedi-las)

"d" – número estimado de vezes que as mamas da jovem abanariam para cima e para baixo depois de saltar de um degrau cuja altura correspondesse ao dobro do tamanho da piça de quem faz o cálculo

"p" – resultado (em putencial).

O putencial da moça corresponde ao seu potencial de puta, isto é, o ponto até ao qual está a pedi-las. Se "p" for igual ou superior a 10, foder a gaja será pedofilia e, logo, o leitor que ignore este facto arrisca-se a ir parar à cadeia sem ter desculpa, onde estará a pedi-las. Nestes casos, evite foder. Bata antes uma sarapitolinha. É, aliás, daí que vem o significado matemático do número 10 na equação, sendo o número de dedos de ambas as mãos do masturbador audaz e ambidextro que não teme a punheta em contra-mão. Agora, se o resultado for inferior a 10, que o estupro não lhe pese na consciência pois a puta está a pedi-las.

Importa clarificar apenas alguns potenciais focos de confusão. Em primeiro lugar, a importância da escolaridade da gaja (variável "c") no cálculo. Advém esta do facto de permitir excluir pitas da pré-primária, atrasadas mentais e, especialmente, ciganas. As ciganas nunca vão à escola e casam pouco depois de começarem a andar, o que acontece pouco depois de começarem a roubar. Fodes uma e arriscas-te a que o marido entre todo encardido pela caravana adentro, te enfie uma ponta-e-mola na peida e te saque o telemóvel antes de teres tempo sequer de desentalar o marro da lela.

E segundo, a influência do tamanho da piça no cálculo tem a ver com o facto de que se tiveres uma de tal modo pequena que as mamas da gaja nem abanem depois do salto da variável “d” (de uma altura correspondente ao dobro do comprimento do caralho, já para dar uma certa abébia), não precisas de calcular nada porque ou tens a idade da gaja, e então podes foder para aí à vontade, ou és asiático, e nesse caso não percebes nada do que estou para aqui a dizer. Nota: em casos como o meu pode imaginar-se que a pita salta para um colchão, de modo a evitar que parta uma perna.

E como fazer o mesmo cálculo para o extremo oposto, isto é, como distinguir a cota madura da velha podre cheia de bicho? Ao contrário do caso anterior, a resposta à questão não é matemática e sim linguística.

Regra geral, se a gaja te tratar por “filho” ou “menino” é porque é uma puta de uma velha ressabiada a ver se tira a narsa de misérias. Não alinhes nessa merda que fodosofia não é paleontologia. Agora, se a gaja não empregar semelhante terminologia e até tiver um rabo que não se assemelhe muito a requeijão, existe um mecanismo quase infalível na detecção da sopeira ambígua: o nome. Gaja que tenha nome de velha geralmente é velha. Assim sendo, desconfia dos nomes com três sílabas ou mais (Conceições, Gervásias, Ermelindas, Gertrudes, Patrocínias), afasta-te de gajas cujo nome indique a sua proveniência (Maria do Céu, Maria do Carmo) – bem como de combinações entre ambos os casos anteriores (Maria da Conceição) –, e foge pela vida de todas cujo nome termine em “ete” (Graciete, Odete, e o caralho a sete). Se aplicares estes princípios básicos dificilmente darás por ti a foder rata bisavó. Porque no que à cona diz respeito, a regra é inversa à dos telemóveis: a partir da 3ª geração, é uma velharia do caralho.

Aqui termina a lição. Rejubilemos, pois neste dia mais um fio de sabedoria fodosófico emergiu do Priaprisma. Não serei eu a pô-lo em palavras; antes citarei as do próprio Benjamin Franklin: "o connoisseur é o que sabe quando a cona a sério nasce e quando se torna conossauro". E agora, também o leitor sabe.

TPC:

1) Efectue o cálculo acima referido para três primas à sua escolha que se encontrem em idade ambígua. Se o resultado determinar que ainda não estão a pedi-las, bata um pouco à punheta. Se estiverem, dê-lhas.

2) Efectue o teste linguístico para três vizinhas na menopausa.

Foda-se, distraí-me com as horus. Tenho a minha sobrinha à espera.