terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Avatar subliminar: por dentro da cona azul


Após uma ausência de cerca de três semaninhas, inteiramente justificada por motivos que saem por completo do âmbito daquelas coisas com as quais o abocanhante leitor tem alguma coisa ver, eis-me regressado à escrita priapista, para inveja da maralha masculina mediana, humedecimento pitalhal da mulherada avulsa e confusão inextricável da paneleirada com tesão no cu que não consegue decidir se quer que eu a foda ou se preferirá imaginar-se na minha pele, fazer inversão de marcha à piça e enrabar-se a si próprio. No que respeita à última hipótese não só não me oponho como recomendo. Um paneleiro de cama com uma hérnia no galho e o hemorroidal todo de fora é uma preocupação a menos que tenho no metro em hora de ponta, quando rodeado de centenas de potenciais amantes de cu peludo com precisão cirúrgica no acto de acertar no castanho do passageiro desprevenido, dotados que estão de piça com sensor busca-cocó e sempre a postos para aviar uma injecção de supositório anónima de tal modo profissional que um gajo só se dá conta de que foi encavado quando sente o suspeito corrimento de leite Ucal morno a ensopar a cueca.

Quanto a serem fodidos por mim, tenho só a dizer que apesar de ser um facto que a concavidade ergonómica das minhas virilhas já acolheu mais nalgas que um penico unissexo numa creche de pobres, também é um facto que, assim como o referido penico, nunca as minhas virilhas serviram de assento a um cu com pelos. Um vasto acervo de vídeos amadores disponível na Internet para gáudio do punheteiro leitor dá testemunho indubitável desse facto, e mesmo naqueles de imagem pouco nítida da altura em que o meu telemóvel era uma merda é possível comprovar que assim é pelo som da nalga a bater, semelhante ao do ovo a ser mexido na tigela e nunca ao do tapete a ser sacudido à janela.

Portanto, dizia eu, estou de volta, de portátil firmemente ancorado ao colinho como sempre (de modo a que não seja catapultado pelo meu zé-sempre-em-pé, espatifando-me assim a máquina de fazer minetes) por duas listas telefónicas e um buda de louça da loja do Gato Preto com umas orelhas que parecem os meus colhões quando estou com febre. E como cada segundo que passo a escrever é um segundo que não passo a esfoliar o besugo diante da russa javardoska que esta semana me brinda o ambiente de trabalho com duas mamas mais falsas que a minha pena pelo Haiti – de mamilos infelizmente tapados por duas pastas (e não me refiro a pastas do Windows) –, vou já directo ao assunto que hoje me traz por cá.

Ora bem, tal como toda a gente, fui ver o Avatar ao cinema. De início ainda fiquei na dúvida se devia ir ou não, pareceu-me mariquice pendurar aqueles óculos nas trombas. Depois é que me ocorreu que fazem lembrar os que o José Cid usa e, nessa medida, sendo este último inimigo declarado de tudo o que é artífice da panela, lá fui assistir de consciência tranquila.

Comecei por não desgostar. Quando a puta azul apareceu aos saltos de cu ao léu a falar estrangeiro senti as veias laterais do mastro a latejar de gozo como não acontecia desde que vi o Música no Coração (pelo menos até me ter apercebido de que os nazis afinal não iam distribuir uma merecida arroba de caralho pelos orifícios de toda a família von Trapp aos dois de cada vez). E como em tempo de crise nada se estraga aproveitei até para esmoer as pipocas batendo uma valente sarapitola, imaginando-me a pintar de branco a testa azul da gaja gigante, chamar-lhe Meytiri só para enxovalhar e a limpar o pingo do tarolo às sementinhas sagradas flutuantes. Foi só depois de já ter enviado o esguicho para a carapinha do preto sentado no banco da frente que a mensagem a ser transmitida subliminarmente no filme me surgiu diante dos olhos com toda a clareza do dia. Com o susto da gravíssima constatação, o latejar das veias cessou de imediato e a rigidez do bastil desceu do nível do diamantino ao do meramente pedregoso.

Sendo certo que o idiota leitor não terá tido presença de espírito para gozar de semelhante epifania – ocupado que estava a chorar que nem um menino casapiano que ouve o som dos passos no corredor a aproximar-se a meio da noite, dado estar tomado de uma enorme tristeza ante a invasão de Pandora na qual os humanos, movidos apenas pela ganância, danificaram ligeiramente a flora local sem piedade –, farei então o favor de denunciar a berlaitada mental a que estão sujeitos todos o que foram ao cinema ver este filme, e que à primeira vista não tem qualquer tipo de efeito nefasto nas cabeças dos desavisados espectadores (excepção feita ao preto que ficou com gosma no cabelo).

A verdade é que a malta “verde” de Hollywood não é tão idiota como pensei. O documentário do Al Gore sobre a fragilidade do planeta deu que falar mas já foi votado ao esquecimento eterno. O próprio di Caprio fez um do género também, esforçando-se por reunir as opiniões dos mais reputados astrólogos e videntes índios num DVD de hora e meia de pura ficção científica cujo único aspecto verde que chamou a atenção do público foi o preço, no caso daqueles que se perderam na Fnac e foram dar à umbrosa secção dos filmes de merda que nunca passaram pelo piso dos cinemas. Toda a gente cagou para ele também, assim como para toda a conversa sobre a necessidade de se evitar que o planeta se torne ligeiramente mais quente pois tal situação, a verificar-se, implicaria um declínio drástico na qualidade de vida não só dos ursos polares como também das salamandras asiáticas.

Porém, as coisas mudaram. Os produtores e realizadores de hoje aprenderam com os erros passados dos de ontem. Perceberam que ninguém gosta nem liga a lições de moral. Então, numa jogada do mais insidioso que pode haver, fizeram o Avatar. A mensagem mudou por completo. Já não é “salvem o planeta se não quiserem morrer”. Agora é “salvem o planeta se quiserem foder”. E desculpem lá, meus amigos, mas com foda não se brinca.

Há dúvidas? Considere-se o personagem principal. Vive na Terra do futuro, que mais não é do que uma insubtil metáfora da vida urbana na sociedade contemporânea, onde tudo é artificial. E que é ele nesse mundo? Um deprimente paraplégico com piça só para enfeitar e colhões de saco roto. Perante o seu drama, o espectador caixa-de-óculos a sorrir feito parvo no cinema de mão dada com o namorado regozija-se com as admiráveis coragem e perseverança do aleijadinho. Imerso na sua paneleira felicidade nem se dá conta de que, de acordo com a metáfora do filme, o aleijadinho é ele.

De repente, eis que o protagonista se torna tão amigo das plantas e animais que fica azul (verde dava demasiado nas vistas). Assim que o faz, é certinho: orienta-se logo com cona nativa. Já não é o aleijadinho humano de outrora. Apesar de ter perdido os privilégios de estacionamento agora a vida corre que é uma maravilha, sempre repleta de emoção e aventura num novo mundo onde tudo é tão puro e natural que até enjoa. Um belo dia, tanso que nunca deixa de ser, lembra-se de contar à namorada aborígene o real motivo da sua visita: é um espião do mundo da tecnologia que foi lá não só para a foder a ela mas também toda a sua família e pegar-lhe fogo à casa. Inevitavelmente, levou a proverbial tampa. A cona, coisa pura e natural, não quer ter nada a ver com tecnologia - ou pelo menos tecnologia que não vibre. Agora pergunto ao leitor que assistiu a esta comovente cena choramingando e assoando-se ao lencinho com as iniciais bordadas em ponto-cruz pela sua mãe: que lição deve retirar disto enquanto vê o seu filminho a três dimensões com som Dolby Digital em ecrã panorâmico?

Como se isso não bastasse, para humilhar um gajo ainda mais, fizeram a gaja gigante! Ou seja, mesmo admitindo que estivesse disposta a arreganhar a pachacha para levar uma foda de marsapo humano, qualquer tentativa de dar uma queca naquilo (ainda que o dito tarolo gozasse de proporções priapísticas) seria comparável à de tentar foder o buraco de uma máquina de lavar roupa. Aí sim, é que era de choramingar.

Conversamente, as gajas que vêem o filme estão inconscientemente a receber a mesma mensagem (invertida) e, sem se aperceberem disso, saem do cinema convencidas da lógica de que se um gajo recicla é porque tem uma piça descomunal. A partir desse momento, é vê-las de perna aberta, simulando um Esporrão a juntar ao Vidrão e ao Papelão.

Pois bem, estou aqui para dizer que a mim não enganam e que não tenho medo de terrorismo conal de espécie alguma. Tal como todo o homem digno desse nome, estou-me positivamente a cagar para a natureza. E digo mais: se tivesse sido eu a mandar nas tropas invasoras do filme não me tinha ficado por aniquilar a arvorezinha sagrada. Tinha terraplanado a merda do planeta todo, feito um centro comercial e no fim era chegar aos sobreviventes da tribo azul, toma lá um chapeuzinho do McDonald’s, um avental e toca a espalmar a fauna mítica para fazer hambúrgueres.

Há uma lição a retirar do filme, sim, por trás da lição subliminar que nos impingem. A de que a mulher é de facto como a natureza: por algum motivo sentimo-nos bem lá dentro mas na maioria dos casos só serve para nos chatear os cornos por não lhe darmos mais atenção. Mas não se esqueçam, putas do caralho, há-de haver um dia em que tudo o que o mundo natural providencia terá um equivalente artificial. Isto inclui a tecnologia da cona a pilhas que está cada vez mais avançada. Um dia em que inventem um material que não arranhe o nabo no esfreganço acaba-se a natureza e acaba-se a paciência para aturar as vossas merdas de uma só vez. Até porque a gaja azul do filme é boa mas não é assim tão boa. Um broche com aqueles dentinhos não deve andar longe da sensação de se ter o castor da Dentagard a roer-nos o madeiro - e puta que não faz broches de jeito não presta, que nem só de cu e cona vive um homem.

Quanto aos animaizinhos, caguei para todos os que não estejam no Jardim Zoológico a servir de alvo para o arremesso de pedrinhas e amendoins. De qualquer modo não têm outra utilidade real que não a de fornecer inspiração para o fabrico de peluches, oferecidos de surpresa de modo a que quando a gaja que o receber fizer o inevitável “ooon ton fofinhuuuu” se aproveite o momento para se lhe enfiar o chouriço na beiça ovalizada que a elocução do enervante som exige.

Sei que não parece meu mas por tudo isto aconselho o leitor a não retirar inspiração punhetística da gaja do Avatar. Em alternativa, se realmente for apreciador de cona azul mas não lhe apetecer estrafegar uma puta do Martim Moniz para consegui-la, sugiro que volte aos livrinhos dos seus tempos de infância e esgalhe o nabo galando a Estrumpfina. Parecendo que não, também era bem aviada naquela senisga com um belo mastro entesado. E, ao contrário da puta do Avatar, sendo fofa e anã, podem crer que lhe faria doer e em não pequena medida.

3 comentários:

  1. Então a história do Avatar era esta?! Hummm...

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  2. Parece que valeu a pena esperar três semanas, caro Príapo.
    Que grande lição, a de hoje!

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  3. Caro Príapo, sou novato em filosofia.
    10º Ano.
    Mas com estas lições tenho aprendido muito,e é do melhor.
    Basicamente, tens de caGAR para o que as outras pessoas dizem, se se sentem incomodados, que não leiam, que vao masé Bater Uma, e que se FODAM!
    :D
    mUITO oBRIGADO, E és Grande, continua!!

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