sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Priaprisma Fodosófico: 1


Foda: Ciência ou Arte?

Anuncia-se hic et nunc, nesta histórica postagem, a ejaculação oficial da mui antecipada rubrica O Priaprisma Fodosófico. E como sou um gajo fodido não há aula de apresentação para ninguém, começo já a dar matéria.

Antes de começar é imperativo que se faça uma advertência: se o leitor tiver batido uma punheta nos últimos dez minutos (e uso aqui a conjunção subordinativa integrante “se” como mero artifício de retórica), solicita-se que pare de ler estas linhas e que volte cá dentro de cerca de uma hora e picos, quando o stock da colhoada tiver sido devidamente reposto, porquanto tal como um carro que anda sem óleo pifa ao fim de pouco tempo, assim também não é possível interiorizar conhecimento fodosófico sem meita a lubrificar as juntas dos neurónios.

Ora, uma vez que sem método não se vai a lado nenhum, procedamos do geral para o particular. Nessa perspectiva, a questão mais genérica a colocar é sem dúvida a de se foder constitui actividade artística ou se os seus princípios básicos são científicos. A pertinência deste ponto é facilmente compreensível. É que se for arte exige talento natural e, nesse caso, quem não o tiver, esqueça. Por outro lado, se for ciência, mesmo o mais cataléptico dos amantes poderá devir martelo pneumático através da memorização e subsequente aplicação de algumas fórmulas matemáticas elementares que adeqúem devidamente o ritmo de bombadas em Hertz à pujança das pichotadas em Joules de tal modo que, tão certo como 2+2=4, a gaja acabará cada sessão de espeta-nabo aos urros de alegria abafados com as trombas enfiadas na almofada. Não poderia, pois, deixar de ser a primeira questão a ser debatida.

A melhor forma de se averiguar se a foda pertence ao âmbito do estético por oposição ao científico parece-me ser a de verificar se partilha características com outras formas de arte conhecidas. Por exemplo, é manifesto que há semelhanças com a pintura. Quantas e quantas vezes, defronte das telas virgens de faces, mamas e nádegas dispostas diante do meu pincel, não me pus a pintar coisas lindas até se me acabar o guache? E não me refiro a merdas à Pollock que isso qualquer puto de liceu deixa nas cuecas todos os dias depois de cada pívea. Falo de verdadeiro impressionismo à Monet. Por exemplo, certa vez, após vazar a bisnaga nas fuças de uma gaja manobrando a piça para cá e para lá de um modo que nunca antes tinha ela visto, perguntou-me a cadela: “Príapo, que diabo foi isso?” Ao que respondi: “Xiu, caralho. Vai mas é ver-te ao espelho. E não limpes a ranhoca das trombas que se aí a pus por algum motivo foi”. Puta obediente que era, assim fez. Diante da sua imagem reflectida, assegurou-me de que nada via de especial. Apenas a cara cheia de sumo de tomate, como sempre. Disse-lhe que se afastasse uns metros do espelho e que voltasse a olhar. Qual não foi então o seu espanto ao constatar, à distância, que o esmegma cuidadosamente espalhado pelas suas bochechas formava na perfeição a imagem da fachada da Sé de Braga em perspectiva cavaleira?

Porém, e por muito que me custe admiti-lo, tal não é suficiente para que se eleve a foda ao estatuto de arte. Isto porque a pintura só vem no fim da foda e muito do que nela há de maior interesse vem antes. Claramente, é preciso mais.

Talvez a escultura seja comparativo mais frutuoso. Durante o bombanço é possível pôr a gaja em posições tão estrambólicas que são sem dúvida candidatas a serem consideradas artísticas. Importando novamente um exemplo da experiência pessoal, recordo uma ocasião em que engatei uma contorcionista no funeral de uma trapezista que andei a foder durante uns tempos. Boa moça, a defunta. Mamas razoáveis, cu de sonho. Morreu tragicamente devido a uma tripla pirueta executada sem rede que correu mal. Era previsível, a correr riscos daqueles. No fatídico dia ligou-me do carro em vez de esperar até chegar ao circo, cheia de pressa que estava de combinar a bombada pós-laboral. Ao entrar num túnel ficou sem rede e enquanto tentava perceber se o problema era do telemóvel espetou-se de frente contra um muro. Quem assistiu diz que ainda deu três piruetas antes de afocinhar no cimento. Ao menos não sofreu, não cheguei a ter tempo de lhe dizer que nesse dia já tinha foda marcada.

Em todo o caso o fim iria inevitavelmente chegar para nós, não tínhamos uma relação muito saudável. De cada vez que me agarrava o nabo apertava-o como se fosse cair se o largasse, mais cedo ou mais tarde ia acabar por me espremer a uretra em pleno orgasmo e rebentar-me com os colhões. Mas voltemos à vaca fria (neste caso, à ex-acrobata estiraçada no caixão). Enquanto esperava pelo padre na capela, fingindo carpir amargamente, vi uma gaja sem mamas e em geral enxuta de carnes que me chamou a atenção pelo modo como espetou a peidola ao baixar-se para dar um beijinho à falecida, sem dobrar as pernas. Intrigado, perguntei à mulher barbada ao meu lado quem era aquela formidável criatura. Assim que me disse que era contorcionista fiquei de rosto mais branco que a morta - o sangue foi chamado a serviço noutras paragens. Mais tarde, por sua vez, a contorcionista disse-me que a mulher barbada afinal era a mãe da trapezista, e que de facto trabalhava no circo mas apenas na parte da contabilidade. Enfim…

É certo que o enquadramento fúnebre não se dá muito ao romance mas gajo que perde a oportunidade de foder uma trapezista e uma contorcionista na mesma semana é porque é palhaço. Sem pudores, aproximei-me do caixão e meti dois dedos de conversa com a chorosa rapariga. Antes do enterro já estava no carro a meter-lhe dois dedos na pachacha. Fomos para casa dela nesse mesmo dia e foi aí que me senti um verdadeiro escultor. Dei-lhe voltas no fodilhanço que mais davam a impressão que estava a embrulhar a piça para oferecer a alguém no Natal. Até a moral dela se contorcia, visto que era casada. E tinha um sentido de humor curioso, a puta. A dada altura pregou-me um cagaço monumental. Estava eu descansadinho da vida a aviá-la à canzana quando de repente senti um toque no ombro. Estava alguém atrás de mim a chamar-me. Quase em vias de me borrar todo com o susto olhei para trás à espera de ver o marido furioso. Quem mais poderia ser, certo? Pois é, afinal era ela. Virei-me para a frente outra vez e verifiquei que o cu dela continuava lá. “Foda-se, mas que merda é esta?”, cogitei. Cedo desisti de tentar perceber. Estava claro que a puta me estava a desafiar. "Ah, filha de um cão bexigoso", pensei para comigo, "anda cá que já te conto". Estalei os dedos, dobrei o pescoço para um lado e para o outro e deitei mãos à obra. Deixei-me de neoclassicismos e passei à escultura abstracta, sem nunca parar de lhe escachar a pôncia. Cheguei a criar algumas coisas inspiradas, modéstia aparte. Em todo o caso, não consegui infligir-lhe mais do que uma ligeira luxação. O desengonço permanente revelou-se impossível, não obstante os meus melhores esforços.

Agora, chegará isto para considerar a foda uma arte? Julgo que não. Para já porque nem toda a gente tem a sorte de andar a foder cona do Chapitô. E depois porque uma escultura é um objecto respeitável, intemporal, venerando. Dificilmente poderemos atribuir semelhantes adjectivos a toda a puta que ande para aí a foder que nem uma loba só porque aprendeu a fazer a ponte em Educação Física.

Será então a foda como a música? É um facto que há musicalidade no rimombar dos tomates em harmonia com o do tetalhal. Quiçá como o teatro? Não raras vezes me vi forçado a recorrer a técnicas avançadas de representação para convencer a gaja de que só doía a entrar. Ou será análoga aos matraquilhos? Há sem dúvida por aí muita gaja capaz de bater píveas alternadamente a vários barrotes perfilados diante de si com a mesma perícia com que um artista dos matrecos passa do guarda-redes e defesas para o meio campo e avançados. Em que ficamos, afinal?

Considerados todos os factores, verifica-se que fica sempre algo por dizer se buscarmos uma definição artística para a queca. Foder não pode ser de modo algum arte em sentido estrito, ainda que possua inegáveis elementos estéticos.

Nesse caso, será ciência? Também não. Se o fosse, os grandes génios das várias disciplinas científicas ao longo da História teriam de igual modo sido génios da foda, e verifica-se que o oposto é que é verdade. A teoria da relatividade, por exemplo, não obstante ser sem dúvida uma das grandes conquistas do intelecto humano, só tem aplicação à foda se considerarmos que a cona era coisa relativa à qual a gaita do Einstein pouco ou nada tinha a ver. Não há nenhum E=mc2 da berlaitada, cada cona é um caso e não há lei universal que se aplique a todas. No entanto, também não é coisa que seja completamente distinta da ciência. Não esqueçamos que o progresso fodangal, assim como o científico, tem na sua base o mesmo método: o da experimentação empírica. Não é possível fazer a dedução transcendental das categorias a priori da foda a partir da punheta pura. Há que foder, mesmo.

Então, em que ficamos? Como tudo o que na vida interessa, a meio. A foda é ciência na teoria e arte na prática, não apenas uma ou outra. Eis então, em poucas palavras, o primeiro fio de luz que brotou do Priaprisma: o sábio fodosófico tem um olho clínico e outro de esteta; estuda e observa enquanto penetra. Daí a designação atribuída ao sábio que adquiriu a perfeita omnisciência do pito aberto: obstetra.

Doravante será este o nosso fio condutor. O Priaprisma veiculará a sabedoria fodosófica teórica. A prática, essa, artística e experimental, caberá ao leitor desenvolver. Dito isto, está agora em condições de passar à fase seguinte na via da verdadeira obstetrícia. Assim será, na próxima edição d' O Priaprisma Fodosófico.

Fim da lição. Hora do recreio.

9 comentários:

  1. Este filósofo excede os limites do que se pode dizer com sentido acerca de gajas e de tudo aquilo que a estas diz respeito, ou seja foda. É um homem (?) frontal. Gosto, porra! Resta saber se o indivíduo possui uma vivência efectiva dos enunciados que apresenta ou se o que refere são meras conjecturas infundadas e infornicadas. Será das toalhinhas quentes e húmidas?

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  2. Na minha modesta opinião, foder é uma arte/oficio que se aperfeiçoa com o tempo, mas cujo saber já nasce connosco!!!

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  3. A dúvida que o anónimo leitor coloca está muito longe de ser a primeira vez que me é dirigida. Posso assegurar-lhe que não especulo, conjecturo, hipotetiso, parabolizo ou concateno no que respeita a relatos de fondangal actividade. É tudo retirado de um vasto repositório mnésico não inferior em riqueza e dimensões ao palácio da memória agostiniano, e de uma não menor colecção de vídeos que na maioria dos casos não mereceram a aprovação das intervenientes.

    Quanto às toalhinhas molhadas, só estiveram envolvidas na foda uma vez, quando escafiei uma chinesa nas traseiras de um restaurante (ou, melhor dizendo, quando escafiei nas traseiras uma chinesa de um restaurante) que no final me deu uma para a mão, por força de uma obsessão cultural com a higiene.

    E, caro amigo de Voz canora e belicosa,não concordo que a sabedoria fodosófica já venha do útero. Acho que só se obtém mais tarde, vindo-se no útero. Na minha opinião, tudo o que é inatismo é paneleirice. E nós aqui não gostamos de paneleirice.

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  4. Diverte-me imenso tanta parvoice junta. Ha certos homens que se nao tivessem nascido teriam mesmo que ter sido inventados (por mulheres, claro, so para as divertir). Esta muito bem escrito. Continua.
    Rita

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  5. Nunca neguei o pedido a uma mulher que me tenha dito "continua". Não será contigo que abrirei o precedente, ilustre Rita.

    E é curioso que digas que certos homens teriam de ser inventados se não tivessem nascido. Certas mulheres que concebo aquando da masturbatória actividade são dotadas de atributos de tal modo glorificantes para o seu Criador que se não tivessem sido inventadas teriam que ter nascido.

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  6. Nao era um pedido, era apenas uma sugestao.
    Criador, a avaliar pelo que dizes produzir, nao deve sair grande merda.
    Ilustrissima (espero que sem ironia)

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  7. Uma sugestão de tão insigne donzela em nenhum aspecto relevante se distingue de um pedido que na sua satisfação exige o mesmo grau de cega obediência que a ordem de um déspota.

    Sim, porque priapismo também é cavalheirismo, e quem duvidar que se agache diante de um garanhão Lusitano míope com o cio.

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  8. Apesar de caiar o útero não ser de todo desagradável, não me parece que seja paneleirice, o desejo inato de chupar umas belas tetas, ou porventura, achas que este acto não nasce connosco?

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  9. O desejo inato de chupar as tetas à mãe para fins nutritivos sim, nasce connosco. Mas a extrapolação do desejo para as tetas femininas em geral parece-me ser um gosto adquirido, como a cerveja.

    Tanto mais que mesmo o futuro paneleiro gosta de mamar tetas (da mãe) quando nasce e mais tarde descobre que afinal prefere mamar é piça. E talvez até seja mais natural e inato fazê-lo visto que neste último caso o fim nutritivo mantém-se.

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