
Aviso já quem estiver desse lado que hoje estou aqui para falar de um assunto sério. É raro acontecer mas a gravidade da situação exige-o. Não me refiro a situações genéricas como a irresolúvel oscilação entre o paneleiro e o pedófilo quando uma repetente do nono ano com tetas de matrona e mamilos de omeleta pergunta ao macho digno desse nome se pode servir-se da sua gaita como sucedâneo durante o difícil período de desmame entre a idade da chupeta e a idade de votar. Tão-pouco falo de casos como o do jovem enamorado incauto que rebentou as poupanças todas num exótico jantar oriental - na esperança do suborno lhe valer uma noite a rasgar à tarolada o embrulho da membrana pós-vulvar da virgem alarve que no fim do enfardanço ainda pediu a sobremesa mais cara do restaurante -, apenas para descobrir, já todo nu dentro do carro, que o hímen da gorda (o nobre mas frágil samurai que guarda o canal uterino), incapaz de aceitar a desonra da iminente derrota sob o ímpeto esfodaçante do general Picha, seus dois couraçados de pele e exército de pintelhos, decidiu cometer hara-kiri mesmo para cima dos estofos recém-aspirados de acordo com a tradição ancestral e mens(tru)al que já vem dos tempos da primeira cona em bico.
Não. Refiro-me muito em específico à recente piadinha divina de mau gosto de um qualquer deus menor que decidiu assustar os amigos abanando o Haiti, do mesmo modo que o comum mortal abana a mesa com os joelhos durante um jantar familiar dando a entender aos comensais que está a haver um terramoto, causando assim um AVC à minha tia Rosa. Repare-se que não pretendo pôr-me aqui a pontificar sobre a necessidade de se prestar auxílio rápido a quem neste momento algures em terras haitianas habita a cave de um edifício que antes do terramoto não a tinha, ou sequer repisar a lengalenga do terrível sofrimento vivido pelas mães que de súbito viram o seu número de filhos descer para os dois dígitos. Não. Estou aqui na qualidade de profeta. Venho avisar o punheteiro leitor que o pior está para vir e que vai calhar a todos. Quer os argumentistas hollywoodescos tenham razão e o mundo vá acabar em 2012 como previram os Maias, quer seja eu quem tem razão e esses mesmos argumentistas tenham percebido mal a mensagem quando foram contactados pelos seus “eus” futuros, sobreviventes da grande catástrofe global de 2010, que viajaram do ano de 2012 até aos nossos dias para lhes darem a informação de que o mundo vai acabar já em Maio, o que é certo é que o fim está próximo.
O típico profeta de colhões rotos, obviamente, diria que vamos todos morrer num terramoto mundial que vai foder esta merda toda. Contudo, possuindo eu um saco escrotal hermeticamente fechado, com rugas mas sem fugas, pretendo deixar-vos hoje uma profecia muito mais rebuscada mas também muito mais plausível, que daqui a um século e picos sem dúvida fará merecer a inauguração da Escola Secundária C+S Príapo, recheada de pitas mamalhudas com pêlo de pêssego na regueifa repetente, e na transformação do Priapismo em doutrina religiosa, tendo essas mesmas pitas de comungar aos Domingos de manhã na miça (i.e. missa da piça), dissolvendo a hóstia em forma de caralho na língua em memória de mim, cerimónia antes da qual o padre beberá o leitinho milagrosamente transubstanciado na minha esporra divina, simbolizando a paneleirice que é andar vestido assim em público. A que profecia me refiro? Para sabê-lo, o leitor com a escolaridade mínima terá de saber a resposta à seguinte questão: que apocalíptico acontecimento futuro é prenunciado por a) uma catástrofe no Haiti; b) um mini-terramoto a 180km da costa portuguesa; e c) um modelo matemático construído por dois ou três estudantes universitários de matemática do Canadá, fartos até à virgindade de construírem modelos matemáticos?
Adivinhando já que, tal como as estrofes da proposição d’Os Lusíadas e conas que não sejam coagidas pela força a escancararem-se, a questão será absolutamente impenetrável para o leitor, farei algo a que estará sem dúvida habituado desde o início da sua curta carreira académica: dar-lhe-ei explicações.
É óbvio que um terramoto à escala global estará associado ao apocalipse que se avizinha. Qualquer profeta que se preze tem sempre de incluir uma catástrofe natural na profecia que apresenta, e eu não serei excepção. O que eu nego é que seja essa a componente apocalíptica do apocalipse. Comecemos por analisar a): a actual situação no Haiti. É terrível, uma tragédia, sim, todos o sabemos, mas também é um facto que a taxa de fertilidade do Haiti é a maior de todo o hemisfério Ocidental. Ou seja, é mau mas a longo prazo não é grave. Se um casal de idosos ficou soterrado nos escombros do arranha-céus haitiano de quatro andares em que habitava e ainda não foi encontrado, podem acreditar que quando forem resgatados serão já pais de cinco filhos com dois netos a caminho. O Haiti é uma das maiores potências mundiais da foda desprotegida, não há como negá-lo. O que é importante, digo-vos, não é a quantidade de mortos. A ajuda humanitária pode tardar mas o trabalho de reposição de stock demográfico já vai neste momento bem adiantado. Desconfio até que terá sido esse mesmo trabalho incessante que causou o terramoto. O que me arrepia a pintelheira toda até parecer uma gata assanhada com um caralho na testa é o que vai acontecer agora aos que estão mortos. Isto porque o Haiti, além de ser conhecido por ser terra onde pachacha e mangalho raramente andam separados, é-o também por ser o único local do mundo onde ainda se produzem zombies de pleno direito. Literalmente de pleno direito - descobri recentemente que o artigo 249 do Código Penal Haitiano criminaliza de modo bastante claro todo o acto zombificante como se fosse homicídio. Confesso que não deixei de achar isto por demais interessante. Não fazia ideia de que havia leis no Haiti, sempre pensei que a pretalhada resolvesse tudo à base da chapada. Lá está, se alguém algures aprendeu alguma coisa no meio desta desgraça toda é porque a catástrofe não foi total. Priapismo também é optimismo.
Até agora a gravidade da zombificação tem sido pouco mais do que moral. Era um zombie aqui e outro ali, nada de especialmente perigoso. Mas e agora que há dezenas de milhares de cadáveres fresquinhos prontos a erguerem-se da vala comum? “Ah, Príapo”, alvitra o brochista leitor, “vai mas é para o caralho mais as tuas teorias de merda, que zombies a sério não existem”. Em primeiro lugar, quem vai para o caralho és tu mais a puta da tua avó que se ainda não estiver enterrada há-de estar mais morta que viva e logo aí o teu raciocínio é enrabado com dois marsapos africanos. Segundo, a revolta dos mortos-vivos no Haiti, longe de ser pura especulação priapista, já começou. Os noticiários online dizem-no todos os dias para quem quiser ler: “up to 200.000 feared dead”. Traduzindo para o leitor que nunca teve positiva a Inglês na vida, há neste momento no Haiti "para cima de 200.000 temíveis mortos". Os cadáveres enfurecidos e entesoados de milhares de haitianos em busca de foda e massa encefálica caminham já sobre as terras caribenhas. Se o leitor com cara de cu lá estivesse neste momento correria o risco muito real de ser enrabado na boca.
“E porque é que nos havemos de preocupar com isso se eles estão lá e nós estamos cá?”, replicará o leitor, como quem pede uma sandocha de punho. Será preciso mencionar que há gente de praticamente todos os países ocidentais a ir para lá neste preciso momento (incluindo Portugal), desde jornalistas, médicos e soldados a turistas sem televisão? E se aquela merda se pega, quem é que se vai foder quando eles voltarem para casa, diz lá? Pois é, és tu, seu paneleiro. Quando tiveres um enviado especial da RTP a mascar-te o hipotálamo enquanto te entrevista os cagalhões com um microfone de piça lembra-te bem de quem te avisou.
E antes que me chateie passo a referir o supramencionado ponto c). No ano passado, alguns estudantes de matemática do Canadá que nem para minete conseguiam arranjar xoxota voluntária fizeram um estudo que à primeira vista parece panasca mas que até nem é. O que fizeram foi colocarem a si próprios duas questões. Primeiro, “o que aconteceria se pegássemos num modelo matemático para previsão da progressão de uma doença infecciosa numa dada população de humanos, e imaginarmos que os infectados se tornavam zombies depois de morrerem?”; e segundo, “será que todo o pito cheira ao mesmo que as cuecas da minha mãe?”. A segunda questão é meramente académica, sendo óbvio que as condições necessárias para a comprovação empírica da hipótese nunca estarão reunidas. A primeira, por outro lado, ofereceu um resultado interessante: numa população de 500.000 habitantes, o número de infectados (zombies) ultrapassaria o número de não-infectados no espaço de três dias. Isto, claro, se não fossem tomadas medidas zombicidas imediatas e brutalmente drásticas. E não estou a falar de pôr mija-mijas de alcoól nos elevadores para besuntarem os calos das mãozinhas, ou encherem a dobra do braço ranhoca de cada vez que espirrarem. Estou a dizer que em tempos de perigo generalizado de contágio com o vírus zombificante, se a vossa rica mãezinha se espreguiçar de maneira esquisita uma manhã é rachar-lhe logo os cornos em dois com um machado de bombeiro sem dizer "bom dia" ou "faz-me já o pequeno-almoço, puta", para não correr riscos.
Recordo agora o ponto b). Portugal teve sorte, fomos avisados cedo e ao de leve. Esta merda tremeu toda mas o mais grave que aconteceu foi a colecção de dildos do amigo leitor ter caído da prateleira, ficando fora de ordem. Mas tal como o viajante exausto que pára numa plantação de caralhos para descansar após uma longa caminhada, não podemos simplesmente sentar-nos e esperar que nada aconteça. Proponho, então, a criação imediata da primeira Brigada Anti-Zombie portuguesa (a BRAZ), para que quando o apocalipse dos mortos-vivos rebentar em terras lusas estejamos preparados em vez de ficarmos barricados em casa a perguntar-nos se cada punheta será a última, enquanto lá fora o mundo acaba e cá dentro o stock de pornografia fresca se vai esgotando aos poucos.
Se eu estiver enganado e nada acontecer também não há azar. Que se foda, invadimos Espanha e usurpamos o Governo. Nem precisamos de mudar o acrónimo nem nada, muda-se só “Anti-Zombie” para “Anti-Zapatero”.
De maneira que é isto. Quem está comigo?